SaĂșde

Excesso de gordura e saúde não combinam

Especialista aponta o emagrecimento como uma ação de qualidade de vida e não apenas estĂ©tica

Por Carolina Lara

22/04/2021 às 08:35:07 - Atualizado hĂĄ

A pandemia de Corona VĂ­rus trouxe dois problemas para quem cultivava hĂĄbitos saudĂĄveis: o fechamento das academias e limitações de uso de espaços pĂșblicos para prĂĄticas de atividades fĂ­sicas e o aumento do consumo de alimentos ultra processados consequentemente gerando sobrepeso nas pessoas.

Algumas pessoas ainda buscaram nas aulas on-line uma alternativa para manter o ritmo, mas pesquisas apontam um aumento generalizado de peso na população por conta do sedentarismo, agravado neste perĂ­odo.

Para a médica Marcella Marinho, emagrecer não é mera questão de estética ou de seguir padrões e a classe médica tem obrigação de esclarecer e conscientizar os pacientes sobre os riscos e malefĂ­cios da obesidade para a saĂșde e qualidade de vida.

Segundo a médica, excesso de gordura e saĂșde não são condições metabolicamente compatĂ­veis para o corpo. "Esse desequilĂ­brio gera uma sobrecarga danosa aos nossos sistemas de reparo, endócrino, cardĂ­acos e musculoesquelético", detalha.

Dra. Marcella ainda aponta que as primeiras alterações e pequenos danos ocorrem silenciosamente. "Chamamos isso de inflamação crônica subclĂ­nica, e esse é o ponto-chave que precisa ser falado (e tratado), pois se esses processos não forem silenciados ou desacelerados ao longo dos anos, o acĂșmulo dessas injĂșrias constantes causa um maior desgaste dos órgãos e "de repente" todas as doenças do envelhecimento como hipertensão, diabetes tipo 2, artrite, aterosclerose, doenças cardĂ­acas, trombose, distĂșrbios do sono e cognitivos disparam de uma vez", alerta.

Para a médica, um dos grandes aliados para manter a saĂșde e o bom funcionamento do corpo ao longo da vida é, sem dĂșvidas, a prĂĄtica regular de exercĂ­cios fĂ­sicos. "Não é apenas um bom conselho, é um dever médico promover saĂșde e orientar sobre a importância do exercĂ­cio fĂ­sico regular, que estĂĄ incluĂ­do nos 6 pilares da Medicina do Estilo de Vida", indica.

ConsequĂȘncias da falta de atividade fĂ­sica

  • Dra. Marcella Marinho aponta os principais males causados pelo excesso de gordura e falta de exercĂ­cios fĂ­sicos:
  • Doenças metabólicas: obesidade, diabetes tipo 2, dislipidemia e formação de cĂĄlculos na vesĂ­cula.
  • Doenças cardiovasculares: doença arterial coronariana, angina, hipertensão, claudicação intermitente, trombose, aterosclerose, alteração da adesão e agregação plaquetĂĄria.
  • Doenças Pulmonares: asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
  • Câncer: mama, endométrio, cólon, próstata.
  • Doenças neurológicas: desordens do humor, cognitivas, memória e aprendizado.
  • Desordens musculoesqueléticas: dores crônicas, limitações osteoarticulares, osteoartrite, osteoporose, sarcopenia.
  • Constipação e disbiose intestinal.
  • Adiposidade abdominal: esse é o tipo de gordura que se acumula entre os órgãos, dentro do abdômen e produz as citocinas inflamatórias, que aumentam o risco de diabetes e doenças cardiovasculares. Esse ambiente metabólico inflamado aumenta também o próprio risco de alguns tipos de câncer.

A médica ainda ressalta que além dos efeitos diretos, a falta de atividade fĂ­sica causa outros impactos na qualidade de vida durante o envelhecimento, como limitação fĂ­sica e da performance de habilidades, menor mobilidade e maior dependĂȘncia. "Essa falta de autonomia gera outros tipos de problemas como estresse, desânimo, menor sensação de bem-estar, ansiedade e até depressão. Ou seja, exercĂ­cio fĂ­sico é remédio e deve ser regularmente praticado em todas as idades", finaliza.

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