Tocantins Arte e Moda

Indígena do TO cria estampa de roupa e vibra ao ver Fátima Bernardes usando peça em seu programa

Estampa 'Céu do Cerrado' carrega elementos do bioma que é predominante no estado. Winny Tapajós Costa diz que objetivo é representar o norte do Brasil. Saiba como foi o processo criativo.

Por GG Noticias

28/03/2022 às 09:10:51 - Atualizado há
Indígena do TO cria estampa de roupa e vibra ao ver Fátima Bernardes usando peça em seu programa. (Foto: divulgação)

As percepções e vivências de uma ilustradora indígena de Palmas, capital do Tocantins, estão inspirando a profissional na criação de estampas para peças de roupas. Winny Tapajós Costa tem 25 anos e, na última semana, se surpreendeu ao ver que a apresentadora Fátima Bernardes usava uma das estampas criadas por ela. A estampa é chamada 'Céu do Cerrado' e carrega elementos do bioma que é predominante no estado.

Winny é do povo Tapajós, que vive na aldeia Karidade localizada no território indígena Cobra Grande, em Santarém (PA) e se mudou para o Tocantins ainda criança. Ela diz que desde que começou a trabalhar no processo criativo de estampas busca, em todos os trabalhos, representar povos e culturas que não costumam ter visibilidade.


Estampa no look de Fátima Bernardes

A estampa 'Céu do Cerrado', além de ter sido a primeira criação de Winny também foi muito compartilhada no Tocantins após Fátima Bernardes aparecer usando um macacão com desenhos assinado pela artista, no programa Encontro do dia 17 de março.


Winny conta que se surpreendeu ao receber mensagens e fotos de amigos nas redes sociais.

Formada também em arquitetura e urbanismo pela Universidade Federal do Tocantins (UFT), a jovem começou a trabalhar com a criação de estampas em 2020, quando aperfeiçoou traços e venceu o concurso da Farm, marca de roupas que trabalha com conceito de sustentabilidade.

Durante o concurso ela iniciou o processo de criação da primeira estampa. Um ano depois começou a trabalhar na empresa, viu sua arte estampada em peças, sendo vendidas e até usadas em rede nacional.

A jovem conta que tudo aconteceu muito rápido. "No mesmo ano que passei no concurso foi o ano que comecei a ilustrar. Um dos prêmios do concurso era participar do processo criativo de uma estampa e eu acho que foi nesse momento que a gente 'deu match'. O pessoal da empresa e eu, a gente se encontrou muito nesse processo criativo. Na forma de criação, nas referências, na criatividade, na beleza de se criar. A partir desse concurso a gente criou uma estampa juntos e eles acabaram me chamando para trabalhar", explicou.

Winny diz que aproveitou a oportunidade e o conceito da marca para trabalhar com referências e tentar fazer com que mais pessoas se sintam representadas.

"Me vi em uma posição muito importante. Percebi que a minha arte poderia ter um alcance muito maior e me sinto na obrigação de representar, de forma muito respeitosa e delicada, toda a nossa simbologia. Sinto que a gente é um pouco carente em representação brasileira. Às vezes as pessoas acham que o Brasil é só sul e sudeste e esquecem que existe muito mais. Quero mostrar que esse outro Brasil também existe", disse.

Apesar do talento e da força das ideias, ela conta que as estampas com elementos da cultura indígena não são expostas. "São artes muito pessoais e não quero transformar isso em um comércio. Quero que seja algo genuíno e que seja feito para as pessoas apreciarem e não para comprar e falar que possui uma arte indígena", disse Winny.

Apesar das críticas que os povos indígenas recebem diariamente, ela afirma que não segue padrões e estereótipos impostos pela sociedade.

A jovem conta que criou toda a estampa durante o concurso que participou em 2020. Até a peça ser lançada ela recebeu dicas para enriquecer os elementos, colorir e na finalizar.

Fonte: G1 TO
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