Brasil Paternidade

Homens estão mudando conceitos antigos, revela pesquisa

A pesquisa encomendada pelo Boticário mostra que os pais estão mais afetuosos.

Por GG Noticias

02/08/2022 às 06:00:00 - Atualizado há
A pesquisa encomendada pelo Boticário mostra que os pais estão mais afetuosos - Foto: divulgação

"Seja homem", "menino não chora", "engole esse choro". Frases machistas e opressoras de pais antigos felizmente estão caindo por terra na sociedade moderna. Sim, com a evolução da sociedade, a paternidade tem feito muitos homens se tornarem seres humanos melhores e assim, tratarem filhos com mais amor, proximidade e respeito.

Por que não abraçar e beijar um filho, né? Hoje a paternidade participativa tem mais expressão de afeto e diálogo. O que é bom para os papais e para as crianças, que serão os pais do futuro. Dois a cada 3 três homens brasileiros – 66 por cento – disseram que mudaram diversos conceitos após se tornarem pais.

É o que revela uma pesquisa encomendada pela rede de cosméticos O Boticário para celebrar o Dia dos Pais, em 14 de agosto.

A pesquisa conversou com mil pais de 25 a 55 anos, de várias partes do Brasil, para entender melhor sobre a paternidade no Brasil. E descobriu que o papel e a visão desses pais diante das transformações de padrões e comportamentos contemporâneos vem mudando consideravelmente ao longo dos últimos anos.

Enterrando frases machistas

Pais brasileiros, que foram entrevistados, afirmaram ter reduzido a fala rotineira de frases consideradas machistas após a chegada dos filhos.

A expressão "seja homem" caiu em 50% nas falas dos pais.

A frase "menino não chora" caiu 36%, indicando uma mudança no comportamento após a paternidade.

"Por que tem gente que diz que homem não pode chorar? Como se eu não pudesse ser vulnerável, sabe? Como se eu tivesse que ser um cara que é um supercara, que não tem sentimento", reflete Rafael, que é pai do Matteo, de 14 anos e um dos participantes da pesquisa.

Ser exemplo positivo para os filhos

A mudança de atitudes também pode ser percebida em outro dado: 56% dos entrevistados afirmam que consideram muito importante ser um exemplo positivo para os filhos.

"Eu não sabia que ia me transformar de uma forma que pudesse mudar a minha vida e mudar os meus pensamentos", conta Markus, pai da Giovana, de 15 anos.

Ele conta que fez o papel de mãe e pai por muitos anos. Para a Giovana, a relação dos dois é única. "Meu pai é como meu amigo, meu melhor amigo", diz a adolescente.

Os pais também demonstraram que há uma importância muito valiosa em ser um exemplo positivo para os filhos. Mais da metade dos entrevistados considera a relação saudável com os filhos algo que os favoreça nas relações sociais.

"Eu aprendi quanto um filho transforma a vida de uma pessoa. A gente procura ensinar a serem pessoas que possam fazer a diferença na vida de outras pessoas", exemplifica Maurício, que adotou o Arthur e mais três crianças.

Pai é pai

A importância dessa boa relação, com exemplo positivo, também é vista nos dados da pesquisa e na história do Cézar, que é pai da Fernanda, de 16 anos.

Ele, que é um homem tran, contou que a ressignificação da paternidade foi tranquila devido a boa relação que sempre teve com a filha.

"A minha história como pai da Fernanda começou com a minha história sendo mãe dela, né? Eu fui mãe da Fernanda durante nove anos e a gente ressignificou isso para uma paternidade", explicou.

O pai conta que alguns comentários o incomodaram bastante por um tempo."[disseram] Primeiro que eu nunca ia ser um pai de verdade e que eu não poderia ser amado", contou emocionado.

Diálogo com os filhos na nova paternidade

Entre os entrevistados, um número expressivo já demonstra maior preocupação e responsabilidade em abrir diálogo sobre preconceitos: 69% relatam que explicam aos filhos que as diferenças sociais entre homens e mulheres existem e que temos que ser cuidadosos para minimizá-las.

Intitulada Retrato da Paternidade no Brasil, a pesquisa inédita foi conduzida pela Grimpa, Consultoria de Pesquisa de Mercado e Consumer Insights.

Além de traçar os perfis dos pais brasileiros, a pesquisa mostrou o pai como figura masculina mais importante.

62% dizem que a escolha é motivada pela transmissão de ensinamentos essenciais para a vida.

57% afirmam que a educação recebida deve ser passada da mesma forma aos filhos, uma vez que não se transforma com o passar do tempo.

Quando o tema é conexão e afeto, 62% dos pais entrevistados alegam que, sempre que possível, têm o hábito de beijar, abraçar e fazer carinho nos filhos.

59% dizem conversar sobre escolhas e consequências de ações. E 57% declaram que tem como hábito dizer frases amorosas e encorajadoras.

"No mundo onde os desafios acerca da educação são muitos, é necessário trazer o pai para o centro dessa discussão. O estudo mostra uma preocupação genuína dos novos pais em deixar um legado positivo e consciência que a própria paternidade tem o poder transformador", disse Marisa Camargo, Diretora de Pesquisa da Grimpa.

Desafios e novos dilemas

Alguns dados também apontam para desafios futuros partindo do retrato mais atual da paternidade e educação no Brasil.

Enquanto 56% dos entrevistados declararam acreditar ser um ótimo pai para os filhos, apenas 27% afirmam que querem que seus filhos sejam felizes, mesmo que fuja daquilo que o pai idealizou.

O dado também é expressivo quando são perguntados sobre corresponsabilidade: 90% acreditam que os cuidados diários e a educação devem ser igualmente divididos entre os responsáveis.

"Quando mapeamos as oportunidades de conversa com os pais entendemos que existem novos dilemas sobre a paternidade, sobre como criar os filhos de uma forma mais afetiva e, dessa forma, promover transformações importantes nos indivíduos e na sociedade", comentou Marcela de Masi Nogueira, Diretora de Comunicação e Branding do Boticário.

Se pais estão mudando, as empresas também

"Em 2021 nos tornamos uma das primeiras empresas do Brasil a oferecer a Licença Parental Universal, independentemente de gênero ou configuração familiar: são 180 dias para mães ou pessoas que gestam e 120 obrigatórios para pais não gestantes", explicou.

"A iniciativa fortalece os nossos compromissos pela diversidade, inclusão e equidade de gênero. E, claro, representa um passo importante para uma sociedade mais igualitária", finalizou Marcela.

Você pode conferir todos os dados da pesquisa clicando aqui.

Fonte: Só Notícia Boa
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