Câncer de rim, mais comum em homens, pode ser evitado com estilo de vida saudável

O câncer renal, que em dois terços dos casos ocorre entre os homens, é o 9º mais comum nessa população. As principais causas são modificáveis: obesidade, diabetes, tabagismo, índice de massa corpórea (IMC) elevado e uso crônico de medicações para controle de hipertensão

 Câncer de rim, mais comum em homens, pode ser evitado com estilo de vida saudável

Uma doença silenciosa, com dois terços dos casos sendo diagnosticados nos homens e que pode ter a sua incidência exponencialmente reduzida com hábitos de vida saudáveis. São algumas das características do câncer de rim, doença que é a 9ª principal causa de câncer no sexo masculino. Em todo o mundo os tumores renais malignos acometem 431 mil pessoas, segundo o levantamento Globocan 2020, do IARC, braço de pesquisa do câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, segundo projeções do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são mais de 6 mil casos anuais no país.

O Dia Mundial de Câncer de Rim - https://www.worldkidneycancerday.org/, a ser celebrado em 17 de junho de 2021, trará o tema "Precisamos conversar sobre como estamos nos sentindo", abordagem motivada pelo impacto do coronavírus. De acordo com a International Kidney Cancer Coalition (IKCC) - idealizadora deste movimento global de conscientização sobre o câncer renal – o isolamento, a perda de apoio social, o aumento do estresse financeiro e a sensação de vulnerabilidade extra em relação à saúde aumentaram os desafios em relação a prevenção, diagnóstico e tratamento de pacientes com câncer renal.

Fatores de risco modificáveis e a importância de se movimentar na pandemia

Os principais fatores de risco associados com o surgimento de câncer de rim são doenças e hábitos potencialmente modificáveis, comuns na população ocidental, como a obesidade, diabetes, tabagismo, índice de massa corpórea (IMC) elevado e uso crônico de medicações para controle de hipertensão.

Portanto, na maioria dos casos, são fatores potencialmente modificáveis por hábitos de vida saudável. Dentre eles, a adoção de dieta equilibrada, rica em vegetais e sem excessos de carnes vermelhas e gorduras animais, assim como a cessação do tabagismo, controle de peso e a inclusão da atividade física na rotina diária como medida de redução das taxas de obesidade.

Ao estimular a prática de atividade física, a coalização visa, além de diminuir o risco de surgimento da doença, auxiliar na melhora da qualidade de vida dos pacientes. Praticar atividades físicas moderadas pode melhorar em até 15% as chances de sucesso do tratamento, além de reduzir sintomas de fadiga, ansiedade e depressão.

O problema é que três em cada quatro pacientes com câncer de rim atualmente não fazem atividade física suficiente. "Nossa missão é mostrar que colocar o corpo em movimento, mesmo que seja para atividades físicas leves, fará a diferença. Ainda mais em tempo de isolamento social por conta do coronavírus, é fundamental dedicar um tempo para estar ativo", destaca o cirurgião oncológico Gustavo Cardoso Guimarães, diretor do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) e coordenador dos Departamentos Cirúrgicos Oncológicos do grupo BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Diagnóstico precoce para redução de mortalidade

Além da prevenção primária (evitar os fatores de risco), também é importante adotar medidas de prevenção secundária (diagnóstico precoce). De acordo com o levantamento SEER de estimativas de câncer para 2021, da American Cancer Society, em média 75,6% dos pacientes norte-americanos vivem ao menos cinco anos após o tratamento. Quando o tumor está restrito ao rim a taxa de sobrevida em cinco anos sobe para 92,7%. Quando a doença se espalhou pelos linfonodos a taxa cai para 71% e, em casos de metástase à distância (para outros órgãos) a sobrevida no período cai exponencialmente para 13%.

O tratamento do câncer de rim, para os casos iniciais, costuma ser a remoção do órgão por cirurgia. Se o câncer se espalhou para além do rim, tratamentos adicionais podem ser recomendados, incluindo radioterapia, terapias-alvo e imunoterapia. Dentre as abordagens disponíveis no Brasil para câncer renal metastático estão a combinação de ipilimumabe e nivolumabe e o uso isolado de cabozantinibe. O maleato de sunitibe foi aprovado pela Anvisa para os tratamentos de pacientes com carcinoma renal de células claras com alto risco de recidiva após a cirurgia.

Embora não haja um método de rastreamento populacional para diagnóstico precoce de câncer de rim é importante estar atento aos sintomas que, embora inespecíficos (podendo ser confundidos com os de outras doenças), são importantes alertas: sangue na urina, dor lombar de um lado, massa (caroço) na lateral ou na parte inferior das costas, fadiga, perda de apetite, perda de peso, febre e anemia.

SOBRE O IUCR - O Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica Dr. Gustavo Guimarães – IUCR, criado em 2013, é especializado na prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação do paciente com câncer. A equipe médica é formada por profissionais altamente especializados em uro-oncologia, cirurgia oncológica e oncologia clínica, sob a liderança do cirurgião oncológico Dr. Gustavo Guimarães, que possui mais de 20 anos de atuação e dedicação à assistência do paciente, ao ensino e à pesquisa científica nessa área. Guimarães desenvolveu ampla experiência em tecnologias e procedimentos minimamente invasivos como cirurgia laparoscópica, ultrassom focalizado de alta intensidade-HIFU e cirurgia robótica, tendo desenvolvido um consistente Programa de Consultoria e Capacitação sobre Cirurgia Robótica para Instituições de saúde em todo o país, que engloba a implantação, o desenvolvimento das diversas técnicas cirúrgicas e a capacitação das equipes.

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