Delegação com 200 indígenas tocantinenses participa do acampamento Terra Livre em Brasília
Do Tocantins estão representados os povos Apinajé, Krahô, Krahô-Kanela , Javaé, Karajá, Xerente, Javaé, Karajá-Xambioá, Kanela e Krahô-Takaywrá; o evento acontece desta segunda, 24 a sexta, 28, com o tema "O futuro indígena é hoje. Sem demarcação, não há democracia!
Apoio
Do total de tocantinenses, 90 tiveram a participação garantida pela Sepot. "É uma satisfação muito grande saber que estamos contribuindo para que hoje tivéssemos a maior delegação de povos Originários da história do Tocantins no maior encontro indígena do país, o que garante a expressiva participação nos principais debates e articulações nacionais, sobretudo neste momento que temos um ministério conduzido por uma mulher indígena e a Funai [Fundação Nacional dos Povos Indígenas] também conduzida por Joenia Wapichana, uma mulher indígena", enfatizou a secretária Narubia Werreria, por meio da assessoria de comunicação da pasta.
Debates
O evento vai debater cinco eixos temáticos em plenárias e contará ainda com a realização de três marchas pelas ruas de Brasília para protestar contra projetos de lei considerados como "anti-indígenas". Um desses projetos, o Projeto de Lei 191/2020, permite a mineração em terras ancestrais dos povos indígenas. Além disso, durante toda semana estão previstas noites culturais.
De acordo com a Apib, o ATL reforça a importância da demarcação das terras indígenas no Brasil, paralisadas nos últimos quatro anos. A entidade destaca que mais de 200 terras indígenas estão na fila da demarcação da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Ao todo, 13 territórios estão com o processo em andamento, com a homologação a ser feita. Até o momento, cerca de 600 foram regularizadas.
Organização
O ATL é organizado pela Apib e construído em conjunto com sete organizações de base, sendo elas: Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), pela Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul), pela Articulação dos Povos Indígenas da Região Sudeste (Arpinsudeste), Comissão Guarani Yvyrupa, Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Conselho do Povo Terena e Assemble?ia Geral do Povo Kaiowá e Guarani (Aty Guasu).
O primeiro ATL foi em 2004 e, em 2022, reuniu mais de 8 mil indígenas, provenientes de 100 povos e de todas as regiões do país. Ao longo de dez dias de programação, os participantes do encontro abordaram pautas do movimento indígena. Também foi uma oportunidade de buscar fortalecer candidaturas de lideranças para concorrer a assentos no Congresso Nacional, já que era um ano eleitoral. (Com informações da Apib e da Associação Crim Patehi)