Propostas para conter mortes em Palmas: tecnologia, repasse de equipamentos e avanço em concurso são discutidos em audiência pública
Representantes dos órgãos de segurança pública se reúnem em busca de soluções para redução dos índices de homicídios na capital do Tocantins
Em uma audiência pública realizada nesta sexta-feira (23), autoridades representantes das Polícias Civil e Militar, Ministério Público e Judiciário apresentaram propostas e receberam demandas da sociedade civil, visando encontrar maneiras efetivas de combater a onda de homicídios em Palmas, capital do estado de Tocantins. A tarde foi marcada por uma série de sugestões, que vão desde estudos para aquisição de tecnologias até a criação de um centro de comando integrado para todas as forças de segurança. Além disso, foram discutidas atualizações sobre o aguardado concurso público da Polícia Civil.
A preocupação com a crescente taxa de homicídios em Palmas é evidente, com pelo menos 88 assassinatos registrados neste ano, representando um aumento de mais de 200% em relação aos primeiros seis meses de 2022. Conscientes da necessidade de ações integradas e compartilhamento de informações entre as forças de segurança, os participantes da audiência concordaram que é preciso esclarecer os crimes já ocorridos e adotar políticas públicas que ofereçam alternativas às pessoas em situação de vulnerabilidade, evitando assim seu envolvimento com grupos criminosos.
Entre os destaques da reunião, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Márcio Barbosa, ressaltou que a maioria dos homicídios está relacionada ao tráfico de drogas e disputas por territórios de venda de entorpecentes. Ele propôs o aumento da presença policial nas regiões mais conflituosas, especialmente nos bairros do sul da capital, e enfatizou a importância de reforçar os equipamentos da Delegacia de Narcóticos, responsável pela investigação desses crimes.
O coronel também mencionou que a PM está estudando a possibilidade de adquirir tecnologia israelense que permite a leitura facial para identificação rápida de características de pessoas abordadas durante ações policiais.
"Penso que cada força tem seu papel bem definido e todos estão empenhando seus esforços. Na minha visão, o que precisamos fazer agora é fortalecer o trabalho de inteligência e distinguir entre o serviço de investigação. Minha sugestão é que trabalhemos em conjunto com o Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Militar e Secretaria de Segurança Pública, fornecendo imagens de câmeras, pois assim teremos um trabalho efetivo no combate ao crime", afirmou o coronel durante a audiência.
O secretário de Segurança Pública do estado, Wlademir Costa Mota Oliveira, apresentou números sobre os homicídios na região sul de Palmas e informou que o estado receberá um repasse de R$ 2,5 milhões em equipamentos do Ministério da Justiça para auxiliar na segurança em todo o estado. Ele também atualizou a situação do concurso público da Polícia Civil, afirmando que o processo está em andamento e que já foram vencidas algumas etapas. Agora, está em suas mãos um ofício para despachar com o governador, acelerando o processo para diversos cargos dentro da corporação.
Representando o Judiciário, o juiz Gleidson José Dias Nunes ressaltou a importância do encontro e destacou o empenho da Justiça em garantir que todos os crimes dolosos sejam devidamente respondidos.
Além das autoridades, promotores também expressaram preocupação com o aumento da violência e destacaram demandas relacionadas ao tema que estão sendo investigadas pelo Ministério Público.
A audiência pública contou ainda com a participação do secretário municipal de Segurança e Mobilidade Urbana, Agostinho Araújo Rodrigues, do deputado estadual Júnior Geo (Pros) e do presidente da Câmara Municipal de Palmas, vereador José Lago Folha Filho (PSDB).
Integrantes da sociedade civil também tiveram a oportunidade de se manifestar, fornecer sugestões e solicitar a realização de uma nova audiência na região sul da cidade, onde o número de mortes é significativamente mais alto neste ano. A voz da população é fundamental para entender as necessidades locais e buscar soluções efetivas para a segurança pública em Palmas.
Com a troca de ideias e o engajamento dos diferentes setores envolvidos, espera-se que essas propostas inovadoras possam contribuir para uma redução efetiva dos índices de homicídios na capital tocantinense, promovendo um ambiente mais seguro e tranquilo para seus moradores.