Prisão dos autores do homicídio qualificado que chocou a Capital resulta em avanço na investigação

Polícia Civil do Tocantins identifica e prende três suspeitos do crime brutal que vitimou criança de 5 anos e seu padrasto

Foto: PC/TO

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Três homens foram presos nesta quinta-feira, 13, em Palmas, pela Polícia Civil do Tocantins. Eles são investigados pelo homicídio qualificado que vitimou Carlos André Costa Soares, de apenas 5 anos, e seu padrasto, Daniel Silva Nascimento, de 22 anos. O crime ocorreu no dia 30 de março deste ano, em uma residência no Jardim Aureny I. Os mandados de prisão preventiva foram cumpridos pela 1ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (1ª DHPP - Palmas), na Unidade Prisional de Palmas, onde dois dos suspeitos já se encontravam detidos por outros crimes. O terceiro indivíduo estava sob prisão temporária e teve sua prisão preventiva decretada devido ao encerramento do mandado.

Além do homicídio qualificado, os três indivíduos também enfrentarão acusações por duas tentativas de homicídio contra o irmão de Daniel e outra criança de 7 anos, que estavam presentes no local do crime e foram atingidas por disparos de arma de fogo.

A trágica cena do crime revela que dois homens abordaram a esposa de Daniel em frente à residência, buscando informações sobre os membros da família. Eles estavam em busca de membros de uma organização criminosa rival. Após obterem a confirmação, os criminosos invadiram a casa, apresentando-se como policiais e ordenando que todos colocassem as mãos na cabeça. O irmão de Daniel percebeu a falsidade da situação e não obedeceu à ordem. Os criminosos então abriram fogo indiscriminadamente, mesmo com os apelos desesperados da mulher para que as crianças não fossem feridas. Após o crime, os autores fugiram do local.

Carlos André foi atingido fatalmente no pescoço e perdeu a vida ali mesmo. A dinâmica da cena do crime indica que a criança, com apenas 5 anos, deve ter sentido um terror indescritível e corrido desesperadamente em direção ao seu quarto, onde encontrou seu trágico destino. A presença de pegadas de sangue no local reforça essa versão dos acontecimentos, ilustrando a violência extrema e a crueldade do crime perpetrado, conforme destacado pelo delegado Guilherme Torres, titular da 1ª DHPP.

O irmão de Daniel, mesmo ferido, teve a coragem de pular o muro da residência e buscar ajuda. Ele foi resgatado e conduzido juntamente com seu irmão para o Hospital Geral de Palmas. Infelizmente, Daniel não resistiu aos ferimentos e faleceu cinco dias depois. Um terceiro homem que estava na residência conseguiu se esconder embaixo de uma cama e saiu ileso.

Após o crime, a equipe da 1ª DHPP analisou as imagens das câmeras de segurança próximas ao local dos fatos, identificando o envolvimento de um veículo Voyage de cor branca. As filmagens mostram o veículo passando em frente à casa das vítimas e estacionando em um local não visível pelas câmeras. Momentos depois, os suspeitos descem do veículo e executam o crime. Após deixarem o local, os autores retornam ao veículo, que parte. Essa evidência indica que o veículo estava estacionado no local, aguardando os autores, conforme ressaltou o delegado.

As imagens das câmeras de segurança de um posto de combustível próximo ao local do crime mostram o veículo dos suspeitos fazendo uma parada para abastecer. Um dos envolvidos desce do veículo e vai até a conveniência do posto, onde as câmeras captam seu rosto. Esse indivíduo é apontado como o motorista que conduziu os autores até o local do crime.

O veículo foi encontrado abandonado às margens da BR-010 dois dias após o crime, e documentos pessoais que pertenciam ao homem captado nas imagens do posto de combustível foram encontrados em seu interior.

O motorista foi preso em maio, durante o curso das investigações. Ele confirmou ter conduzido o veículo, mas vale ressaltar que deveria estar cumprindo pena e sendo monitorado por tornozeleira eletrônica. A mãe dele entregou o equipamento à Polícia Penal em março, após ele deixar a residência dela.

Os suspeitos de serem os executores do crime foram presos em maio, após serem flagrados pela Guarda Metropolitana de Palmas com um veículo roubado e armas de fogo. Na ocasião, eles e mais três indivíduos foram conduzidos à 1ª Central de Atendimento da Polícia Civil, onde foram autuados e presos por porte ilegal de arma de fogo, receptação e organização criminosa. Os dois também são investigados por participação no homicídio de um motoboy ocorrido em maio na Capital.

O delegado Guilherme Torres destaca que, embora a arma apreendida não tenha sido a utilizada no crime, as munições encontradas no momento do flagrante e aquelas coletadas na cena do crime apresentam um defeito na gravação do nome do fabricante, indicando uma possível relação entre elas.

Além disso, os suspeitos foram reconhecidos por testemunhas que estavam presentes no momento do crime. Agora, os três serão indiciados e o caso será remetido ao Poder Judiciário, que tomará as medidas necessárias para o julgamento do caso, buscando justiça para a triste tragédia que ceifou a vida de uma criança inocente e seu padrasto.



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