Justiça determina novo exame necroscópico para elucidar morte de Charada, acusado de 50 assassinatos
Advogados da família questionam causa da morte e apontam possibilidade de assassinato
Uma reviravolta na investigação da morte de Carlos Augusto Silva Fraga, conhecido como Dad Charada, agitou o cenário policial nesta terça-feira (25). Apontado pela Polícia Civil como mandante de 50 assassinatos em Palmas, ele foi encontrado morto no último domingo (20) dentro de uma cela do Presídio Barra da Grota, em Araguaína. Contudo, diante de dúvidas e suspeitas levantadas pela família, a Justiça determinou que o Instituto Médico Legal (IML) de Palmas refaça o exame necroscópico no corpo do acusado.
A decisão liminar, proferida na madrugada desta terça-feira, veio em resposta ao pedido dos advogados da família de Charada, que questionaram a causa da morte. De acordo com o atestado de óbito, o falecimento teria sido decorrente de "suicídio". Porém, a defesa acredita na possibilidade de assassinato, considerando que o acusado estaria recebendo ameaças.
A não realização do exame necroscópico e a ausência de imagens de câmeras de segurança no caso, segundo o juiz plantonista José Carlos Ferreira Machado, poderiam comprometer uma eventual apuração de crime de homicídio, uma vez que a situação fática poderia sofrer alterações significativas.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) havia informado que o exame para apontar a causa da morte já estava sendo realizado pelo IML de Araguaína, e que o laudo estaria concluído em dez dias. No entanto, com a determinação da Justiça, o novo exame será realizado pela unidade do IML de Palmas, visando esclarecer os fatos e dissipar as incertezas em torno do trágico acontecimento.
O corpo de Carlos Augusto já foi entregue aos seus familiares e o velório iniciou na segunda-feira (24) na capital tocantinense.
O caso, que atrai a atenção da opinião pública, envolve uma série de questões complexas e delicadas, destacando-se a relevância da atuação dos órgãos de investigação para esclarecer a verdadeira causa da morte do acusado de 50 assassinatos.
A 2ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (2ª DHPP - Araguaína) está encarregada da investigação, mesmo que as evidências preliminares apontem para a hipótese de suicídio. A ala em que Charada se encontrava no presídio é monitorada em tempo integral e ele estava em isolamento durante todo o período em que esteve detido.
Agora, com a nova determinação da Justiça, a busca pela verdade ganha um novo capítulo, e as autoridades deverão conduzir a apuração de forma minuciosa e imparcial para esclarecer os fatos e garantir a justiça seja feita. A morte de Dad Charada segue sob intenso escrutínio, e a sociedade espera que as investigações tragam respostas conclusivas sobre esse episódio que tem intrigado a todos.