Táticas Submersas: O PCC e o Tráfico de Cocaína em Navios

Facções criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC) se aproveitam de mergulhadores para ocultar cocaína em navios cargueiros, desafiando autoridades e ampliando suas operações.

Foto: PF

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Em um jogo perigoso de gato e rato com as autoridades, o Primeiro Comando da Capital (PCC) adotou uma estratégia audaciosa para exportar cocaína para além das fronteiras brasileiras. Mergulhadores habilmente treinados têm sido empregados pela facção para esconder drogas na parte submersa dos cascos de navios cargueiros que partem do país rumo à África e Europa.

Segundo Anderson Pomini, presidente da Autoridade Portuária de Santos, essa tática emergiu como a preferida dos traficantes, uma vez que oferece menor exposição ao escrutínio das autoridades. Enquanto os contêineres são rotineiramente escaneados nos terminais portuários, os cascos dos navios apresentam uma oportunidade mais discreta para o transporte clandestino de drogas.

Os mergulhadores do PCC operam sob o manto da escuridão, transportando a droga para os navios em pequenas lanchas durante a noite ou saindo de áreas de mata e embarcações afastadas. Esse modus operandi permitiu à facção expandir suas operações de tráfico internacional, desafiando os esforços das autoridades para conter o fluxo de drogas ilícitas.

As apreensões de cocaína nos cascos de navios aumentaram significativamente nos últimos anos, ilustrando a eficácia e a expansão das operações do PCC. Em 2023, uma operação conjunta da Polícia Federal, Receita e Marinha resultou na apreensão de aproximadamente 290 quilos de cocaína em um navio carregado de celulose no Porto de Santos. Além disso, dados da Alfândega de Santos indicam um aumento alarmante nas apreensões de drogas nos cascos de navios, representando agora uma parcela significativa do total apreendido.

Essa escalada no tráfico internacional de drogas reflete o domínio crescente de facções criminosas como o PCC e o Comando Vermelho (CV) no cenário carcerário brasileiro. Um levantamento do Ministério da Justiça e Segurança Pública identificou a presença de 70 facções criminosas em presídios de todo o país, com o PCC e o CV destacando-se como as principais forças em 24 estados e no Distrito Federal.

Com um panorama cada vez mais complexo e desafiador, as autoridades enfrentam uma batalha constante para conter o avanço dessas organizações criminosas e garantir a segurança pública.

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