Operação Alvará Criminoso: Polícia Civil Desarticula Organização Criminosa em Gurupi
Ação conjunta entre vários estados prende suspeitos e recupera milhões em fraudes.
Na manhã da última quarta-feira, 19, a 2ª fase da operação Alvará Criminoso desmantelou uma organização criminosa especializada em fraudes e lavagem de dinheiro, que causou um prejuízo de quase R$ 32 milhões aos cofres públicos. A operação foi liderada pela Polícia Civil de Goiás em colaboração com as Polícias Civis do Tocantins, Bahia, Maranhão, Pará e Rio de Janeiro, resultando no cumprimento de 68 mandados judiciais, dos quais 33 eram de prisão.
No Tocantins, a Polícia Civil, através da Diretoria de Inteligência Policial e da 8ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Deic - Gurupi), cumpriu mandados de busca e apreensão, além de prisão temporária, contra um homem de 43 anos residente em Gurupi. O suspeito foi preso no setor Central, onde também foi apreendido um aparelho celular. Após o interrogatório, ele será encaminhado à Unidade Prisional de Gurupi.
As investigações, que duraram quase dois anos, revelaram que a organização criminosa atuava obtendo alvarás judiciais de forma fraudulenta. Advogados envolvidos no esquema acessavam o sistema do Tribunal de Justiça e assinavam documentos como se fossem juízes, falsificando alvarás judiciais que permitiam o saque de valores de contas judiciais. Com esses falsos alvarás, os criminosos sacavam os valores e transferiam para contas de laranjas, lavando o dinheiro através de transações financeiras complexas para ocultar a origem ilícita dos recursos.
A operação contou com o apoio da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (DIOPI/SENASP) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), através do Laboratório de Operações Cibernéticas (CIBERLAB). A integração entre as diferentes forças policiais foi fundamental para o sucesso da operação, que continua em andamento para identificar outros membros da organização e recuperar o máximo possível do dinheiro fraudado.
Além de Gurupi, os mandados foram cumpridos em cinco municípios de Goiás (Goiânia, Aparecida de Goiânia, Trindade, Anápolis, Anicuns e Rio Verde), bem como nas cidades de Pinheiro (MA), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Tucumã (PA).
Os crimes investigados na operação incluem Estelionato contra a Administração Pública, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro. No Brasil, as penas para esses crimes variam de 1 a 10 anos de reclusão, além de multa. Somados, os crimes investigados podem resultar em penas que chegam a quase 100 anos de prisão para os envolvidos.