Rogério Marinho nega "orçamento secreto" e tráfico de influência no ministério

Deputados pedem fim de emendas definidas pelo relator-geral do Orçamento

Rogério Marinho nega

O ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, compareceu presencialmente à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (6) para rebater denúncias de suposto tráfico de influência do filho caçula do presidente da República e da execução de um "orçamento secreto" por meio da pasta.

Segundo matérias da imprensa, Jair Renan Bolsonaro teria articulado, em outubro do ano passado, uma reunião do ministro Marinho com representantes da Gramazini Granitos e Mármores Thomazini cerca de um mês depois de receber dessas empresas um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil. Autor do pedido de audiência pública na Câmara, o deputado Leo de Brito (PT-AC) justificou a suspeita de tráfico de influência pelo fato de a empresa já ter recebido o que chamou de "outras benesses" do governo Bolsonaro.

"Os filhos do presidente da República têm agido como se fossem donos do Brasil. Essa empresa tem benefícios fiscais que vão até 2028 e foram concedidos pela Sudene. E também recebeu 15 autorizações da Agência Nacional de Mineração para estudo de novas áreas de exploração", afirmou Leo de Brito.

O ministro Rogério Marinho admitiu a reunião, mas negou irregularidades. "Foi solicitada pelo gabinete do presidente e essa reunião discorreu sobre o tema de inovação tecnológica no programa habitacional. A empresa tinha uma solução tecnológica e nos apresentou. Não tem nenhuma relação de causa e efeito na presença do filho do presidente. O fato de ele ter estado presente não causou nenhum constrangimento, até porque ele entrou calado e saiu calado. Eu só soube que ele era filho do presidente porque alguém me apresentou a ele", disse o ministro.

Marinho ressaltou que o Ministério não faz nenhum tipo de contratação direta de soluções tecnológicas e que apenas encaminhou o caso para a avaliação da Secretaria Nacional de Habitação. Quanto aos benefícios fiscais à Gramazini Granitos, o ministro afirmou que foram concedidos em 2019 pela Sudene após a empresa atender a todos os pressupostos usualmente exigidos.



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