Crise econômica e evasão de lojistas deixam o icônico shopping do coração do Brasil em busca de um novo proprietário.
Por quase três décadas, o Palmas Shopping tem sido um local icônico para os moradores de Palmas. Desde sua inauguração em 1996, o shopping se tornou um ponto de encontro para compras, refeições e até mesmo momentos especiais na vida de seus frequentadores. No entanto, tempos difíceis pairam sobre o estabelecimento, já que está à venda por aproximadamente R$ 80 milhões.
De acordo com um dos sócios do grupo que administra o shopping, a decisão de colocá-lo à venda foi tomada devido a vários problemas financeiros e dívidas acumuladas. As dívidas com instituições bancárias somam mais de R$ 20 milhões, além de impostos atrasados.
O Palmas Shopping, que possui cerca de 60 lojas distribuídas em dois pisos e uma infraestrutura total de 14.125,72 m², enfrenta a evasão de lojistas. Apenas 32 lojas estão em operação, e até mesmo algumas na praça de alimentação estão programadas para encerrar suas atividades em breve.
A administração do shopping, ao responder à notícia da venda, afirmou que foi pega de surpresa pela matéria do portal T1 Notícias, que primeiro deu a informação, e contestou as informações divulgadas.
O escritório de advocacia da empresa NMB, responsável pela administração do shopping, revelou que a situação financeira vem se arrastando há anos, e que o momento para shoppings no Brasil não é favorável. No entanto, eles estão em negociações para a venda e esperam que o processo seja concluído em 30 dias.
Uma parte do valor da venda será destinada ao pagamento das dívidas com bancos e impostos, e o novo comprador assumirá o shopping sem essas pendências.
A evasão de lojistas é um dos principais problemas enfrentados pelo Palmas Shopping. Os altos custos de aluguel, a falta de melhorias na infraestrutura e a redução no fluxo de clientes contribuem para a decisão de muitos lojistas de deixar o local. Pedidos de revisão nos valores dos aluguéis e nas condições de renovação de contrato também têm sido frequentes, mas a gestão tem sido desafiadora.
Além dos problemas internos, os shopping centers em todo o Brasil estão enfrentando o desafio das compras on-line e das entregas em casa, impulsionados pela pandemia. O varejo tradicional está sendo forçado a se adaptar rapidamente para competir nesse novo cenário digital.
De acordo com um estudo da gestora Canuma Capital, as vendas on-line tiveram um crescimento significativo no último ano, chegando a R$ 260 bilhões, enquanto os shoppings faturaram cerca de R$ 190 bilhões. A migração para um modelo de negócios mais integrado com o mundo digital é inevitável para os shopping centers sobreviverem.
Diego Góes, coordenador estadual da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) no Tocantins, destaca que os shoppings do futuro serão mais do que apenas locais de compras. Eles se tornarão destinos de entretenimento, socialização e soluções, profundamente integrados com o universo digital. As compras serão apenas uma parte desse novo conjunto de motivações, ancoradas pelo prazer e experiência do cliente.
A venda do Palmas Shopping e as mudanças no setor de shoppings são um reflexo dos tempos desafiadores que a indústria enfrenta, mas também uma oportunidade de se reinventar e continuar sendo um centro de negócios e entretenimento para a comunidade local.
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