Turismo amarga prejuízos causados pelo isolamento social imposto pela pandemia

Com a pandemia do Corona Vírus o setor do Turismo, que celebra amanha, 8 de maio, sua data, não tem muito a comemorar. De acordo com uma pesquisa desenvolvida pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), o setor perdeu R$ 55,6 bilhões em faturamento em 2020, em comparação ao ano anterior. O resultado de R$ 113,2 bilhões foi a pior receita desde que a entidade começou a fazer o estudo, em 2011, e representou um tombo de 33% em comparação com o que o setor faturou em 2019.

Principal impactado pelas medidas de restrição de circulação de pessoas no início da pandemia, o setor aéreo encabeçou o desempenho negativo, perdendo 50,8%, do faturamento anual em 2020. Foi, sozinho, responsável por 16,2 pontos percentuais da retração de 33% do turismo como um todo. No auge da crise do Corona Vírus, a oferta de assentos nos aviões chegou a cair 95%, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Depois das companhias aéreas, foram os serviços de alimentação e alojamento, como hotéis e pousadas, que registraram a maior queda no faturamento, 36% menor em comparação a 2019. Tudo resultado da pandemia e dos meses em que as pessoas ficaram em quarentena no ano passado.

Os números negativos não param por aí. A perda de empregos no setor é estimada em 1 milhão de vagas -incluindo funcionários diretos e indiretos (de outras empresas que prestam serviços relacionados à atividade). Diante dessa realidade, entidades acreditam que o setor só deve retomar o patamar de vendas que tinha antes da pandemia lá para o fim de 2023.

Para amenizar a situação, o Governo Federal sancionou, há 5 dias, programa de ajuda ao setor de turismo e eventos. Mesmo com alguns vetos do presidente da república, o projeto de lei 5.638/2020 prevê uma série de medidas de auxílio que ficou conhecido como Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). Os empresários porém, acham que o auxílio é pequeno é que não vai impedir mais fechamentos e falências.

Situação do Jalapão

O Jalapão, principal rota turística do Estado do Tocantins, também sofre com os impactos da pandemia. O Parque Estadual, de uma riqueza natural ímpar, chegou a ficar 8 meses fechado, como forma de proteger as comunidades ali residentes da contaminação do Corona Vírus.

Para a reabertura, uma série de restrições e de medidas preventivas foram impostas pelo Governo Estadual. Pontos turísticos como as Cachoeira da Velha, a Serra do Espirito Santo, a Cachoeira da Velha e os Fervedouros são podem ser visitados com agendamento prévio.

As agências de viagem ainda sentem o impacto do fechamento do parque no ano passado e estão longe de retomar o fôlego de seus negócios. Há, por exemplo, o caso de viagens formadas por apenas um visitante, quando cada carro comporta até sete passageiros. Muitas vezes, mal dá pra cobrir os custos operacionais da viagem.

Para garantir mais segurança aos turistas, as empresas de turismo da região estão exigindo uso de máscaras e teste de PCR para Corona Vírus, com resultado negativo, feito em, no máximo 72 horas antes do início da viagem. Mesmo com essas medidas muitas pessoas estão cancelando ou adianto as viagens com medo da contaminação.

A grande expectativa das empresas e da comunidade local, que tem em sua renda principal o turismo, é que a vacinação acontece de maneira mais ágil, pois o número de visitantes está pequeno e bastante instável. Em fevereiro deste ano, 3 mil pessoas visitaram as dunas do parque. O número representa um pequeno aumento em relação a fevereiro de 2020, mas também uma queda de 36% em comparação com janeiro de 2021.

Já em março de 2021, o número de visitantes nas dunas foi 2.350 – ou seja, 22% a menos que em fevereiro. À medida que os casos do Corona Vírus voltaram a aumentar no Brasil, muitas expedições ao Jalapão foram desmarcadas ou adiadas. As companhias aéreas também cancelaram dezenas de voos para Palmas, e muito viajantes desistiram pelo temor de se infectarem.