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"Cerratense - Arte no Cerrado" homenageia o cerrado com exposição de quadros

De 18 a 20 de março, a escritora, ambientalista, professora e presidente do IBF Maria das Graças Fleury Curado conduz esta realização, que conta também com a participação do veterano da história das artes goianas, Elder Rocha Lima, do teatrólogo Danilo Alencar, do ator e professor Bruno Peixoto e do escultor Helder Antônio, além da participação especial do ambientalista e secretário municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico da Cidade de Goiás, Rodrigo Borges Santana, e o emérito professor, doutor, e grande defensor e conhecedor do bioma Cerrado, Altair Sales.

Por GG Notícias

16/03/2022 às 15:18:38 - Atualizado há

O Cerrado nunca esteve tão ameaçado. Por isso mesmo, as artes se desdobram para descrever, ilustrar, registrar, refletir e debater a proteção de territórios, biomas e pessoas, que fazem parte desse ecossistema. É nesse cenário de luta pela sobrevivência que surge o projeto "Cerratense – Arte no Cerrado", que acontece de 18 a 20 de março, na Cidade de Goiás, e que será transmitido virtualmente pelo YouTube, mantendo assim um registro acessível para todos que usufruem dessa rede, no mundo. O projeto conta com a realização do Instituto Bertran Fleury, com recursos do Fundo de Arte e Cultura de Goiás.

Na abertura do projeto Cerratense, na sexta-feira, 18/03, às 19h, acontece uma mesa-redonda, uma exposição virtual guiada e um bate-papo sobre arte e o tema do evento. "Cerrado: Bioma e Arte" é o mote das narrações e conversas entre os participantes da mesa, que contará com a participação de todos os pensadores convidados para a série de eventos. Portanto, esse momento conta com o mestre Elder Rocha Lima, Danilo Alencar, Helder Antônio e Maria das Graças Fleury Curado, como mediadora.

A noite segue após locutório, com uma exposição virtual guiada pelas obras do pintor Elder Rocha Lima e um bate-papo online com produtor, ator e professor Bruno Peixoto, que é quem guiará os participantes por essa experiência da visitação virtual.

ELDER ROCHA LIMA – 93 anos de arte e educação

Aos 93 anos, Elder Rocha Lima é um ícone da história das artes em Goiás. Nascido na Cidade de Goiás, em 1928, o pintor, desenhista, aquarelista, arquiteto, crítico de arte, artista gráfico e professor, foi quem criou, juntamente com Frei Confaloni e Amaury Menezes, o curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Goiás - para se ter uma ideia de sua importância para a arte, a educação e a cultura de nosso Estado -. Tendo grande parte de sua obra dedicada à natureza, o cerrado é parte importante do seu trabalho de vida inteira. Algo que o artista descreve como uma forma de apelo pela necessidade de preservação deste nosso bioma, chamando especial atenção para a beleza de suas árvores retorcidas, suas cascas ressequidas e a força de suas raízes. Elder Rocha Lima é um convidado de honra do projeto Cerratense.

OFICINA DE ESCULTURA COM HELDER ANTÔNIO PARA JOVENS E CRIANÇAS

As tardes de sábado e domingo serão preenchidas com a oficina de escultura ministrada pelo artista convidado, Helder Antônio, que terão início, em ambos os dias, às 16h30. Dividida em duas partes, as aulas de artes plásticas serão destinadas ao público infantojuvenil. O propósito desta parte do programa é justamente criar lastros para uma educação das novas gerações que vislumbre os diversos aspectos possíveis para uma formação integral, que demonstre a importância da preservação do bioma cerrado, mas também da difusão da cultura e do saber dos povos que vivem nesse meio ambiente. As matérias-primas dos participantes serão justamente os elementos naturais possíveis de serem reutilizados, sem para isso danificar qualquer biossistema.

Helder Antônio é um escultor e artesão com mais de 35 anos de experiência em trabalhos artísticos. Licenciado em Artes Visuais pelo Instituto Federal de Goiás, Helder criou, na Cidade de Goiás, um espaço cultural e ateliê, onde desenvolve projetos de pesquisa e ações de arte-educação, usando, para este fim, elementos ecologicamente viáveis, como fibras naturais, papel artesanal de bananeira, tintas naturais, uso do solo e de vegetais.

EXPOSIÇÕES VIRTUAIS GUIADAS

Além da exposição virtual das obras de Elder Rocha Lima, que remete à história das artes visuais goianas e à importância desse artista, um outro talento goiano, com mais de três décadas de trabalho visual, também terá sua obra à disposição do grande público. No sábado, 19/03, às 18 horas é a vez da "Exposição Natureza e seus Bichos", que irá apresentar a obra do escultor Helder Antônio. Ao final da visitação online o próprio escultor fará um bate-papo com os espectadores. A mediação também será de Bruno Peixoto.

ESPETÁCULO TEATRAL VIRTUAL E VÍDEO DOCUMENTAL

O domingo, dia 20/03, último dia do projeto "Cerratense – Arte no Cerrado", será dedicado ao teatro e à apresentação dos espaços de fruição disponíveis ao público no Instituto Bertran Fleury, na Cidade de Goiás. A tarde começa com o segundo dia da oficina de Helder Antônio. Na sequência, às 18 horas, acontece a transmissão do espetáculo Mundo Cerrado, que tem a direção do teatrólogo Danilo Alencar. Após a apresentação teatral, acontece um bate-papo, ao vivo, com Bruno Peixoto e Danilo Alencar.

E, às 19h, para encerrar os trabalhos dedicados à arte, à educação e ao meio ambiente propostos por este projeto, acontece o lançamento de um vídeo documental do Instituto IBF. A apresentação dessa obra audiovisual fica à cargo de sua presidente, Maria das Graças Fleury Curado. O documentário, criado a partir de uma linguagem artística dinâmica, exibirá as estruturas do IBF disponíveis para serem usufruídas pelo público em geral, como o Economuseu Cerratense (conceito criado por M. Cyril Simard, da Universidade de Laval, no Canadá), a Ecovila de Maria, o Caminho das Letras e Árvores, o Labirinto, o Recanto da História - a Casa Mãe, o Memorial Paulo Bertran e o Ateliê Elder Rocha Lima. Todos estes espaços do IBF já recebem instituições educacionais, e têm se tornado cada dia mais um lugar de referência para as artes e cultura vilaboenses, almejando sempre uma educação transformadora.

O SENTIDO DA OBRA

A sobrevivência ambiental e cultural, das quais trataremos ao longo desta programação de três dias, tangencia todas as formas de expressão da humanidade e a forma que agimos na relação homem-natureza, na transformação da natureza por nós, ocupantes-integrantes, que por termos nossos polegares opositores desenvolvemos técnicas e tecnologias que passam de geração em geração, incluindo o legado do trabalho e o sentido do fazer para viver, mas também para conviver, apreciar e contemplar. Por isso a arte e o meio ambiente não são questões apartadas, elas se unem em seu sentido mais profundo e dinâmico, do estar no mundo com o mundo. O projeto "Cerratense – Arte no Cerrado" busca esse encontro de pessoas e de formas de se pensar o mundo com mais equidade e equilíbrio.

O INSTITUTO BERTRAN FLEURY

O Instituto, uma entidade sem fins lucrativos e de utilidade pública, foi criado em 2003, em Brasília, por um grupo liderado por Paulo Bertran. Em 2008, já após a sua morte (2005-Goiânia/GO), o IBF foi transferido para a Cidade de Goiás e foi inaugurado o Memorial Paulo Bertran. Sua construção foi liderada por sua viúva, a professora e integrante da Academia Goianiense de Letras (AGnL) e da Academia Itaberina de Letras e Artes (AILA), Maria das Graças Fleury Curado.

O espaço tornou-se, então, a sede de ambientes e ações culturais e educacionais, projetados para serem usufruídos por artistas, estudantes, professores, turistas e pesquisadores. Assentado no tripé Educação/Cultura/Meio Ambiente, o Instituto tem buscado se aproximar de seu público com vistas a garantir que mais pessoas se apropriem de seus conteúdos e propostas.

Entre os ambientes que integram o complexo do IBF estão o Ateliê do artista Elder Rocha Lima, o Economuseu Cerratense, o Memorial Paulo Bertran, a Ecovila de Maria e em especial, o Caminho das Letras e Árvores, uma trilha composta pela natureza exuberante, onde foram criadas quatro estações, cada uma delas dedicada a um escritor goiano: Rosarita Fleury; Paulo Bertran; Bernardo Élis e José J. Veiga. É preciso mencionar também as atividades de sustentabilidade: captação e geração de energia solar; reuso de águas cinzas; coleta de águas de chuvas; compostagem de resíduos orgânicos; separação para reciclagem; entre outros. Tudo isso dentro da Chácara D. Sinhá, para o ser humano, humano ser.


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