Política

EUA apoiam críticas a Lula por minimizar situação na Venezuela: Identificar a realidade é essencial, dizem representantes americanos

Membros do governo dos EUA endossam posicionamento de líderes sul-americanos contra declaração do presidente brasileiro sobre "narrativas" contra Maduro

Por Redação

02/06/2023 às 16:10:59 - Atualizado há
Reprodução/Governo EUA

No epicentro de uma controvérsia internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu críticas de líderes sul-americanos e representantes do governo dos Estados Unidos (EUA) por suas declarações minimizando a situação na Venezuela e defendendo supostas "narrativas" contra o ditador Nicolás Maduro.

Juan González, secretário do governo de Joe Biden para a América Latina, enalteceu a coragem dos presidentes Gabriel Boric, do Chile, e Luis Lacalle Pou, do Uruguai, que se manifestaram contra a declaração do líder brasileiro. González ressaltou a importância de identificar a realidade como ela é.

"Não podemos enxergar esses assuntos como relativos ou dignos de narrativas, eles são absolutos. Vamos debater políticas e sanções, discutir como promover o diálogo, mas precisamos identificar a realidade como ela é", enfatizou o representante norte-americano. O subsecretário Brian Nichols, também da Casa Branca, endossou as críticas e afirmou que as violações de direitos humanos na Venezuela estão documentadas por organismos internacionais há décadas, não se tratando de meras "narrativas".

Questionado se estava decepcionado com Lula, Nichols respondeu: "Tenho muito respeito pelo presidente Lula, mas acredito que há informações disponíveis que nos permitem compreender a realidade na Venezuela".

Lula foi anfitrião de uma cúpula que reuniu outros 10 chefes de Estado em Brasília, onde falou sobre metas ambiciosas, incluindo a criação de uma moeda para negociações do continente com o resto do mundo. No entanto, a presença de Nicolás Maduro e a defesa pública que Lula fez do mandatário venezuelano se tornaram o principal foco de desacordo entre os líderes presentes.

Um dia antes da cúpula dos chefes de Estado, Lula se encontrou bilateralmente com Maduro no Palácio do Planalto, minimizando as denúncias de violações dos direitos humanos na Venezuela. Na visão do presidente brasileiro, Maduro e seu regime seriam vítimas de uma "narrativa" sobre a suposta ausência de democracia. Essa defesa aberta de Lula ao líder venezuelano incomodou parte dos presidentes convidados para o encontro do dia seguinte.

O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, foi o mais incisivo em sua crítica, sem mencionar diretamente o nome de Lula. Lacalle Pou expressou surpresa diante da afirmação de que o que acontece na Venezuela seria apenas uma "narrativa".

Já o presidente chileno, Gabriel Boric, também de esquerda como Lula, destacou que é impossível ignorar as violações de direitos humanos na Venezuela.

A polêmica em torno das declarações de Lula revela as divisões entre os líderes sul-americanos e o posicionamento dos Estados Unidos, que apoiam as críticas à minimização da situação no país vizinho. Identificar a realidade e discutir políticas efetivas são passos essenciais para lidar com as violações de direitos humanos e buscar soluções para a crise venezuelana.

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