Brasil

'Conceito de democracia é relativo', diz Lula ao defender Maduro

Presidente brasileiro volta a apoiar líder venezuelano e afirma que derrota deve ocorrer por meio das eleições

Por Redação

29/06/2023 às 21:29:42 - Atualizado há
Foto: Brenno Carvalho

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reacendeu a polêmica ao mais uma vez defender o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante uma entrevista à Rádio Gaúcha nesta quinta-feira. Lula declarou que o "conceito de democracia é relativo" ao ser questionado sobre a situação de ditadura no país vizinho, ressaltando que a Venezuela realiza mais eleições do que o Brasil.

"A Venezuela, ela tem mais eleições do que o Brasil. A Venezuela, desde que o Chávez tomou posse... o conceito de democracia é relativo para você e para mim", afirmou Lula, defendendo a visão de que a democracia pode ter diferentes interpretações.

O presidente também destacou a importância das próximas eleições na Venezuela, ressaltando que, se alguém deseja derrotar Maduro, deve fazê-lo pelo sistema eleitoral. Lula enfatizou a necessidade de fiscalização e a realização de eleições honestas para garantir um processo democrático.

Essa postura de Lula em relação a Maduro não é uma novidade. Em maio, ele recebeu o líder venezuelano no Palácio do Planalto e descreveu o encontro como "histórico". Lula também classificou as acusações de que a Venezuela não vive sob um regime democrático como "narrativas", indo de encontro ao que afirmam organizações não governamentais e organismos internacionais, como a Anistia Internacional e as Nações Unidas.

Dados dessas entidades revelam violações dos direitos humanos pelo governo venezuelano, com suspeitas de crimes contra a humanidade. Agressões a ativistas de direitos humanos, jornalistas e líderes indígenas são frequentes, além da existência de pelo menos 300 presos políticos no país. A Venezuela também enfrenta desafios econômicos, como altos índices de inflação, pobreza e desemprego.

Durante a entrevista, Lula foi questionado sobre se acreditava que a Venezuela vivia em um regime democrático, e respondeu que "muitas vezes a oposição não aceita" os resultados eleitorais. Ele mencionou a criação de um grupo de amigos da Venezuela durante seu primeiro mandato e o referendo que ocorreu no país, destacando sua legitimidade.

O presidente enfatizou que as pessoas precisam aprender a respeitar o resultado das eleições e criticou a interferência de um país em outro. Lula direcionou críticas a Juan Guaidó, opositor de Maduro, que foi reconhecido como presidente interino por diversos países, incluindo os Estados Unidos e o Brasil durante o governo de Jair Bolsonaro.

Após uma tentativa fracassada de tirar Maduro do poder, Guaidó perdeu legitimidade tanto interna quanto externamente. Lula reforçou a importância de garantir a democracia e a estabilidade institucional, destacando que a interferência externa pode comprometer esses princípios.

Mais uma vez, Lula mostra seu apoio a Maduro, levantando um debate sobre o conceito de democracia e o papel das eleições. Suas declarações refletem sua visão particular sobre a situação na Venezuela, contrapondo-se a diversas vozes críticas dentro e fora do país. Resta acompanhar os desdobramentos políticos e eleitorais na Venezuela, e como a comunidade internacional irá reagir a essas declarações do presidente brasileiro.

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