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Cigarros eletrônicos continuam em uso no Brasil apesar da proibição, levantando preocupações de saúde

Apesar da proibição, cigarros eletrônicos são amplamente utilizados, especialmente entre os jovens brasileiros, despertando preocupações sobre os perigos para a saúde

Por Redação

07/07/2023 às 11:20:38 - Atualizado há
Foto: Reprodução

Apesar da proibição da venda, importação e propaganda de cigarros eletrônicos no Brasil, estabelecida pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) número 46/2009 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o uso desses produtos ainda é uma realidade para muitos jovens brasileiros. A proibição abrange todos os dispositivos eletrônicos para fumar, independentemente de sua composição e finalidade, mas a comercialização desses produtos continua a ocorrer pela internet, pontos de venda físicos e até mesmo em festas e boates.

Nesta quinta-feira (6), a Anvisa reiterou que a importação de cigarros eletrônicos, acessórios, refis e essências relacionadas a esses produtos continua proibida no Brasil. O descumprimento dessa norma está sujeito a penalidades que variam desde advertências até multas, de acordo com a gravidade da infração e o porte da empresa, conforme estabelecido pelas leis nº 6437/77 e 9294/96. Além das penalidades, empresas que veicularem propagandas irregulares também são notificadas para remover o conteúdo irregular de seus sites.

A fiscalização desses produtos é uma responsabilidade compartilhada entre a Anvisa e as vigilâncias sanitárias locais, de acordo com a descentralização política e administrativa estabelecida pela Lei nº 8.080/1990 e a Lei nº 9.782/1999, que define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Embora a Anvisa esteja reforçando e integrando as ações de fiscalização em cooperação com estados e municípios, é importante ressaltar que a Agência não tem competência legal para regular o uso individual de cigarros eletrônicos.

Dados divulgados pelo sistema Vigitel do Ministério da Saúde e pela pesquisa Covitel, realizada pela Vital Strategies e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), mostram que pelo menos um em cada cinco jovens brasileiros entre 18 e 24 anos utiliza cigarros eletrônicos. Esse comportamento é observado também em outros países, como Estados Unidos e Reino Unido, onde a comercialização desses produtos é permitida. Essa tendência de consumo é considerada um modismo, mas levanta preocupações sobre os impactos na saúde dos jovens.

Um estudo recente divulgado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) revelou um aumento significativo nas vendas mensais de cigarros eletrônicos, destacando que os sabores são uma preferência entre os consumidores. A indústria de produtos eletrônicos à base de tabaco também está em expansão, com um aumento no número de marcas oferecendo esses produtos. No Reino Unido, o uso de cigarros eletrônicos nas escolas está se tornando um desafio para a segurança, levando à substituição dos detectores de fumaça por sensores de calor para evitar falsos alertas.

O diretor executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni, expressa preocupação com o avanço do uso de cigarros eletrônicos entre os jovens brasileiros e ressalta que a permissão para venda desses produtos está gerando um crescimento indesejado da indústria do tabaco. Embora o Brasil mantenha índices inferiores de consumo em comparação com países onde a venda é permitida, ainda existe uma parcela significativa de jovens e adolescentes que experimentam ou fazem uso desses produtos.

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