MP de SP pede liberdade de torcedor preso pela morte de torcedora palmeirense: provas não são conclusivas

Promotoria alega falta de evidências de que Felipe Xavier Santiago jogou a garrafa que matou Gabriela Anelli e questiona credibilidade da investigação da Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva

Foto: Reprodução

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Ministério Público de São Paulo entrou com um pedido de liberdade na manhã desta quarta-feira (12) em favor de Felipe Xavier Santiago, torcedor do Flamengo preso pela morte da torcedora do Palmeiras Gabriela Anelli no último sábado (8). Segundo o promotor Rogério Leão Zagallo, as provas não são conclusivas de que Santiago tenha jogado a garrafa que causou a morte de Gabriela.

"Ao que tudo indica, a garrafa que supostamente causou a morte de Gabriela não foi lançada por Santiago, mas sim por outro torcedor de barba, vestindo camisa cinza", defende Leão ao solicitar a soltura de Santiago.

No pedido apresentado à Justiça, o promotor argumenta que a Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) perdeu a credibilidade para prosseguir com o caso e solicita que a investigação seja transferida para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil de São Paulo.

"Além disso, além da falta de uma confissão confirmada pelo delegado César Saad, as imagens recebidas pelo Ministério Público demonstram a necessidade de prosseguir com as investigações", afirma Rogério Leão, referindo-se ao atual delegado responsável pelo caso.

Até o momento, além de Felipe Santiago, a Polícia Civil investiga pelo menos outras dez pessoas que arremessaram garrafas durante o confronto entre torcedores que resultou na morte de Gabriela. Os investigadores utilizam uma ferramenta de reconhecimento facial para identificar os envolvidos.

Segundo o delegado Saad, todas as imagens estão sob análise na unidade de inteligência. Aqueles que forem identificados responderão individualmente pelos possíveis crimes cometidos, de acordo com o policial.

Entre os suspeitos está um homem de barba mencionado pelo promotor Leão em seu pedido de liberdade para o torcedor do Flamengo. O indivíduo estava vestindo uma camiseta branca e foi flagrado em vídeos arremessando um objeto em direção à torcida do Palmeiras. Desde o incidente, Saad concedeu três entrevistas coletivas para falar sobre o caso, e uma nova declaração está agendada para o início desta tarde de quarta-feira (12).

Na terça-feira (11), o delegado afirmou que o torcedor indiciado pela morte de Gabriela confessou ter arremessado a garrafa, mas alterou sua versão após tomar conhecimento da gravidade do caso e do estado de saúde da jovem.

"Outro ponto importante a esclarecer: no momento da prisão, o suspeito informalmente confessou ter se envolvido na briga e ter arremessado objetos em direção à torcida do Palmeiras. Ele disse: 'eu arremessei, eu joguei a garrafa'", afirmou Saad.

"Depois, na delegacia, quando estava sendo autuado, já sabendo da gravidade do estado de Gabriela, ele mudou sua versão durante o interrogatório, afirmando ter arremessado pedras de gelo. É importante ressaltar que as provas testemunhais corroboraram a prisão em flagrante, e isso foi validado pelo judiciário", completou o delegado.

A Defensoria Pública do Estado de São Paulo apresentou no domingo (9) um habeas corpus com pedido liminar para que Felipe Xavier Santiago fosse solto pelo menos temporariamente. Segundo a defesa, o suspeito não tem antecedentes criminais e possui residência fixa, não sendo necessária sua prisão preventiva.

No entanto, o Tribunal de Justiça de São Paulo negou o pedido, alegando que "a concessão da liminar somente se justifica quando há flagrante ilegalidade, o que não foi demonstrado de forma inequívoca até o momento, considerando as limitadas informações disponíveis nos autos", conforme escreveu o relator da 10ª Câmara de Direito Criminal nesta segunda-feira (10).

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