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Bombas de fragmentação brasileiras são exportadas e utilizadas em conflitos, apesar de proibidas em 120 países

Modelo de armamento de risco para civis passa a ser usado pela Ucrânia, gerando polêmica internacional

Por Redação

14/07/2023 às 09:59:49 - Atualizado há
Foto: Reprodução

As bombas de fragmentação, um tipo de armamento altamente controverso, têm sido objeto de debate e críticas internacionais. Essas armas, que contêm centenas de submunições em um único contêiner, apresentam um grande risco para civis em áreas de conflito. Surpreendentemente, essas bombas, proibidas em 120 países, são produzidas e exportadas pelo Brasil, gerando preocupações quanto à sua utilização em outras regiões de conflito.

O uso das bombas de fragmentação, também conhecidas como cluster, ganhou destaque recentemente com seu envio pelos Estados Unidos à Ucrânia para o confronto com a Rússia. No entanto, essas armas são consideradas uma violação do direito internacional dos conflitos armados, pois não diferenciam alvos civis de combatentes. Lançadas ao vento, as dezenas ou centenas de submunições atingem uma área ampla, colocando em risco a vida de pessoas inocentes.

Um dos aspectos mais preocupantes é que esses explosivos podem falhar durante o lançamento, permanecendo armazenados no local por décadas após o conflito, representando um perigo contínuo até que a área seja descontaminada.

Foto: Reprodução

Embora uma convenção internacional de 2008 tenha proibido a fabricação e o uso dessas armas na maioria dos países signatários, o Brasil optou por não assinar o acordo e se recusou a avançar na discussão sobre sua proibição. Atualmente, três empresas brasileiras são responsáveis pela produção desses explosivos, que já foram vendidos para países como Irã, Iraque, Malásia, Arábia Saudita e Zimbábue. Um exemplo alarmante é o uso das bombas brasileiras pela Arábia Saudita no Iêmen em 2016 e 2017.

A situação se torna ainda mais preocupante quando a Otan, a principal aliança militar do Ocidente, avaliza o uso dessas bombas pela Ucrânia. Essa posição tem gerado críticas e desconforto, pois as bombas de fragmentação são consideradas armas cruéis e covardes. Enquanto a busca por uma solução diplomática é desejada, as autoridades da Otan parecem priorizar uma vitória militar, alimentando assim a máquina de guerra.

Especialistas ressaltam que a invasão da Ucrânia por Vladimir Putin fortaleceu a unidade da Otan, mas levanta questionamentos sobre a existência contínua da organização após o fim da Guerra Fria.

Diante desses fatos, o debate em torno das bombas de fragmentação brasileiras ganha ainda mais relevância, colocando em destaque a responsabilidade do país como produtor e exportador desse tipo de armamento. A pressão internacional para a proibição dessas armas e a busca por soluções diplomáticas são fundamentais para garantir a segurança dos civis e a paz nos conflitos armados.

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