Brasil

Saul Klein, herdeiro das Casas Bahia, condenado a pagar R$ 30 milhões por tráfico e exploração sexual de mulheres

Filho do fundador das Casas Bahia é sentenciado por manter mais de 100 mulheres em situação de escravidão sexual

Por Redação

14/07/2023 às 12:58:59 - Atualizado há
Foto: Reprodução

O empresário Saul Klein, conhecido como filho do fundador das Casas Bahia, foi condenado a pagar uma indenização por danos morais no valor de R$ 30 milhões pela 4ª Vara do Trabalho de Barueri, em São Paulo. A sentença vem após ele ter sido considerado culpado pelos crimes de tráfico de mulheres e exploração sexual de mais de 100 mulheres e meninas, mantendo-as em condições análogas à escravidão. A decisão também impõe restrições ao empresário, com multas de R$ 100 mil em caso de descumprimento.

O parecer da Justiça do Trabalho foi publicado nesta sexta-feira (14), marcando um marco na história do país como a maior condenação por tráfico de pessoas e a segunda por dano moral coletivo por trabalho escravo. Além da indenização, Klein foi proibido de praticar qualquer ação relacionada ao tráfico de pessoas, incluindo aliciamento, recrutamento, transporte, transferência e compra. Ele também não poderá submeter mulheres a condições de trabalho análogas à escravidão ou violar sua liberdade e dignidade. O descumprimento dessas ordens resultará em multa.

O processo está sob sigilo na Justiça e foi movido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). As investigações concluíram que Klein aliciava adolescentes e mulheres, prometendo-lhes oportunidades de trabalho como modelos, para depois explorá-las em seu sítio em Boituva, no interior de São Paulo. As vítimas, que se encontravam em situação de vulnerabilidade social e econômica, eram mantidas sob vigilância armada e não tinham acesso a celulares. Algumas delas foram expostas a Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), e o juízo de Barueri considerou as festas sexuais organizadas por Klein como um ato que feriu profundamente a dignidade humana e causou danos irreparáveis às vítimas.

As denúncias foram apresentadas ao Ministério Público do Trabalho com o apoio da ONG Justiceiras e de investigações jornalísticas. O esquema veio à tona em 2021, graças à Agência Pública e ao Universa, do UOL. Em abril de 2022, Klein foi indiciado por crimes sexuais contra 14 mulheres, e a Polícia de São Paulo solicitou sua prisão por exploração de mulheres.

A condenação de Saul Klein marca um importante passo na luta contra o tráfico de pessoas e a exploração sexual, reafirmando que ninguém está acima da lei, independentemente de seu poder econômico ou influência. A decisão da Justiça envia uma mensagem clara de que tais práticas são inaceitáveis e devem ser punidas com rigor. Agora, é necessário que as instituições e a sociedade continuem trabalhando para proteger as vítimas e combater esses crimes hediondos, garantindo que a justiça seja feita.

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