Nesta segunda-feira (17/7), a Rússia anunciou o fim do acordo que permitia as exportações de grãos da Ucrânia pelos portos do Mar Negro. Segundo o governo russo, o Ocidente não cumpriu sua parte no acordo, que envolvia a facilitação dos embarques de alimentos e fertilizantes russos.
O porta-voz do governo, Dmitry Peskov, afirmou que a parte do acordo referente à Rússia não foi cumprida, levando ao encerramento do acordo. Ele destacou que essa decisão foi tomada antes do recente ataque terrorista na Ponte da Crimeia e que o incidente não influenciou a posição russa.
Peskov assegurou que, assim que a parte que beneficia a Rússia for cumprida, o país retomará imediatamente a implementação do acordo.
O acordo entre Rússia e Ucrânia foi assinado em julho do ano passado em Istambul, Turquia, com a mediação da Turquia e das Nações Unidas. No entanto, a possibilidade de não renovação do acordo já estava sendo considerada pelo mercado. Na semana passada, o Ministério das Relações Exteriores russo acusou os ucranianos de não estarem cumprindo o acordo ao deixar de exportar grãos para países mais pobres da África e Ásia, conforme estabelecido.
De acordo com a APK-Inform, desde a assinatura do acordo, em julho do ano passado, a Ucrânia exportou 32,9 milhões de toneladas de produtos agrícolas pelos portos de Odessa, sendo a maior parte composta por milho (16,9 milhões de toneladas) e trigo (8,9 milhões de toneladas).
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou na semana passada que a Ucrânia seria o quarto maior exportador global de milho na safra 2023/24, com uma expectativa de exportação de 19,5 milhões de toneladas.
A decisão da Rússia de encerrar o acordo de exportação de grãos da Ucrânia gera incertezas no mercado e pode ter impactos significativos no comércio internacional desses produtos agrícolas. A situação deve continuar sendo monitorada de perto pelos especialistas.