Nos confins de Tocantínia, um encontro carregado de significado ocorreu na última segunda-feira, 28, quando o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e a Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot) estenderam seu compromisso à educação ambiental para as comunidades indígenas Xerente das aldeias Recanto krite e Karehu. O foco? Promover informações e orientações cruciais para a coleta e manejo responsável do capim-dourado e do buriti, espécies preciosas em suas lutas e tradições.
A principal porta-voz dessa valiosa sabedoria foi Vanessa Braz, a gerente de Suporte ao Desenvolvimento Socioeconômico do Naturatins. Suas palavras ecoaram com orientações sobre a emissão de licenças, detalhes sobre as etapas da coleta e, principalmente, a importância do manejo sustentável. Tudo isso alinhado à Lei estadual n° 3.594/2019, que institui a Política Estadual de Uso Sustentável do Capim-Dourado e do Buriti, e à Instrução Normativa/Naturatins nº 03/2023.
É notável que, mesmo sem autoridade direta sobre terras indígenas, o Naturatins prontamente atendeu ao chamado da Sepot, ciente de que compartilhar conhecimento sobre a preservação dos recursos naturais transcende barreiras. Vanessa Braz enfatizou que "a importância é justamente levar essas orientações também aos povos originários, para que eles tenham o conhecimento necessário de executar as boas práticas, visando à conservação e preservação dessas duas espécies."
Paulo Waikarnase Xerente, Diretor de Proteção aos Indígenas da Sepot, sublinhou a relevância dessas orientações para o enriquecimento do conhecimento na comunidade. "A parceria com o Naturatins é altamente benéfica, uma vez que muitos de nós não estavam cientes dos temas abordados, como o momento apropriado para colheita e o manejo adequado do capim-dourado e do buriti," afirmou Xerente.
À medida que o conhecimento se entrelaça com tradições ancestrais, essa colaboração entre o Naturatins e a Sepot lança um raio de esperança e compromisso em preservar os tesouros naturais enquanto mantêm a conexão com as raízes culturais profundas. Numa terra de aprendizado contínuo, essa iniciativa é uma ode à sustentabilidade enraizada na identidade das comunidades indígenas do Tocantins.