Governo do Tocantins impulsiona Desenvolvimento Econômico em Território Indígena com Agroindústria

O Tocantins está prestes a testemunhar uma iniciativa inovadora: a implantação de uma agroindústria dentro de um território indígena. Os Xerente, de Tocantínia, buscam estabelecer uma fábrica de farinha e derivados de mandioca dentro da aldeia, com todo o processo, desde o plantio até a comercialização, conduzido pelos próprios indígenas. O projeto recebeu um aporte financeiro de R$ 600 mil do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE), aprovado por unanimidade na primeira reunião do ano do Conselho de Desenvolvimento Econômico do Estado (CDE).

Pedro Paulo Gomes da Silva, presidente da Associação de Brigadistas Indígenas Xerente (Abix), enfatizou a relevância do projeto para o desenvolvimento econômico e social do povo Xerente. "É um projeto que abrange muitas áreas e com um impacto positivo quase incomensurável diante de tanto sofrimento de um povo", destacou.

Narubia Werreria, secretária de Estado dos povos originários e tradicionais, ressaltou a inovação do projeto, que valoriza a cultura e o potencial econômico da comunidade indígena. Ela considera o momento como histórico e acredita que o projeto levará a industrialização e beneficiamento dos produtos cultivados pelos indígenas a um novo patamar.

Tradicionalmente, os Xerente cultivam e beneficiam a mandioca em suas aldeias, produzindo derivados de maneira artesanal para venda em programas de aquisição de itens para a merenda escolar e compra direta. A agroindústria visa aumentar a produtividade e competitividade no mercado, transformando Tocantínia em um polo industrial de produtos derivados da mandioca.

Carlos Humberto Lima, secretário de Estado da indústria, comércio e serviços, e presidente do CDE, enfatizou a importância de destinar recursos do FDE ao fomento de empreendimentos coletivos de comunidades indígenas e tradicionais. O projeto beneficiará diretamente 722 famílias em 80 aldeias.

O local escolhido para a instalação da agroindústria é a base da Abix, na aldeia Cachoeirinha, centralizando os territórios indígenas Xerente e Funil. O empreendimento representa uma oportunidade para os indígenas participarem ativamente do processo produtivo, aprendendo a gerar renda de forma sustentável.