Opinião Saúde

Bruno Covas: o que significa quadro de saúde irreversível? Médicos dizem que não é sinônimo de morte

Entenda o real estado do prefeito licenciado de São Paulo

Por Redação com informações da Uol Notícias

15/05/2021 às 13:16:51 - Atualizado há

Na noite de ontem, 14 de maio, os médicos responsáveis pelo tratamento de saúde do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, 42 anos, informaram que a situação de saúde dele é grave e o quadro de saúde é irreversível. A maior parte dos brasileiros, leigos em termos técnicos ligados a saúde, logo relacionaram a situação a morte. Porém, médicos explicam que não é bem assim.

De acordo com entrevista concedida pelo médico intensivista Cristiano Freitas, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, quadro irreversível significa que, em um diagnóstico oncológico no estágio avançado, como é o caso de Covas, não há mais opções terapêuticas eficazes. "A doença tem curso próprio e a terapêutica passa a ser ineficaz. A pessoa não faz mais quimio, radio, imunoterapia numa situação irreversível, por que já não adianta mais. Qualquer medida que se faça, cirurgia, remédios, procedimentos em geral, não vai ter nenhum tipo de resultado. São quadros em que já não adianta mais a gente investir, tentar fazer algum tipo de tratamento —eles seriam em vão. Independente do que a gente fizer, não vai ser revertido", explicou o médico.

De acordo com o médico oncologista Rubens Giacomini, consultado pelo GG Notícias, a tendência é que esses pacientes acabam ficando mais graves e o conforto do paciente passa a ser feito por meio de sedação e analgesia, para garantir uma evolução menos sofrível. Ele explicou ainda que qualquer tipo de sofrimento ou medidas invasivas, que podem até prorrogar a vida, nnão são feitos porque mas que não chegam a lugar nenhum", destacou.

Segundo os meídicos consultados pela Uol e pelo GG Notícias, nessas situações de cuidados paliativos, a família é convocada para definir qual o nível de cuidado que o paciente irá receber. "Os médicos podem garantir a parte nutricional, para não deixar a pessoa ir a óbito por desnutrição, mas não há mais transferência para a UTI ou, se evoluir para uma parada cardíaca, não se faz reanimação, destaca o Dr Freitas consultado pela UOL.

Quadro não significa morte

Os quadros irreversíveis significam que alguma função do organismo não está funcionando e não tem um tratamento possível para isso. Mas isso não significa que o paciente está morto. O óbito é atestado normalmente quando se observa a parada dos batimentos cardíacos e que não há retorno, mesmo com a realização de manobras. Outra situação de morte é quando o cérebro morre e as outras funções ainda ficam ativas, como coração, pulmão, rins.

"Quando detectamos que existe essa condição, ou seja, o paciente não tem uma resposta e o cérebro morreu, há um protocolo de verificação de morte encefálica, exames específicos para isso. Quando é suspeito e confirmado, é confirmado o óbito. Mas na outra situação, quando o coração para de bater, provoca a morte de todos os órgãos, não só o cérebro, porque você não tem suprimento de sangue, e o coração é a base disso", explica o médico cardiologista. Freitas diz que em uma morte encefálica, por exemplo, as funções cerebrais são irreversíveis, mas o corpo segue funcionando.

Freitas diz que em uma morte encefálica, por exemplo, as funções cerebrais são irreversíveis, mas o corpo segue funcionando. A situação de Covas, no entanto, é diferente: a atividade cerebral está funcionando, mas a doença oncológica é irreversível.

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