Tocantins

Repatriação de materiais fósseis para o Tocantins: um resgate da história natural

Fósseis contrabandeados retornam ao Monumento Natural de Árvores Fossilizadas em Bielândia, Tocantins

Por Redação

12/06/2023 às 11:31:47 - Atualizado há
Naturatins

Em um emocionante capítulo da história natural, cerca de 50 toneladas de materiais fósseis foram repatriados ao Tocantins, mais especificamente ao Monumento Natural de Árvores Fossilizadas (Monaf). Após anos de batalha legal, essas preciosas peças foram devolvidas à unidade de conservação gerida pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), marcando um marco histórico para o Monaf e para a Paleontologia Brasileira.

O translado das peças foi realizado com o apoio da Agência Nacional de Mineração (ANM), partindo de Brasília, onde estavam armazenadas no pátio da Associação Brasileira de Inteligência (Abin), até Bielândia, distrito de Filadélfia, região norte do Tocantins. Ao longo deste mês, todo o material será cuidadosamente alocado na sede do Monaf, no perímetro urbano do distrito, com o objetivo de formar um museu de história natural, onde os visitantes poderão contemplar essas preciosidades fossilizadas.

A importância científica e cultural desses materiais fósseis é protegida pela Constituição Federal, que proíbe sua comercialização. Hermísio Aires, supervisor do Monaf, destaca o retorno dessas peças às coleções de árvores fossilizadas do estado como um evento histórico, uma vez que elas foram contrabandeadas no passado. Na década de 1990, esses fósseis foram coletados indevidamente, mas agora retornam ao seu lugar de origem. "É uma grande alegria receber esse material de grande importância para a Unidade de Conservação, para a comunidade científica e para todos os visitantes que terão a oportunidade de observá-lo na sede da Unidade", ressalta Aires.

A repatriação dos fósseis vegetais para o Tocantins, que antes estavam destinados ao tráfico, foi possível graças a uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF). Essa ação representa um elemento crucial na história natural do Tocantins e da região norte, proporcionando às instituições de ensino e pesquisa, como a Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT), a possibilidade de expandir suas pesquisas e contribuir para a compreensão dos aspectos evolutivos e temporais da região.

O Monaf, situado em Bielândia, distrito de Filadélfia, região norte do Tocantins, abrange uma vasta área de 32.067 hectares de cerrado, sendo conhecido pela existência de sítios paleontológicos e arqueológicos onde são encontrados os fósseis de árvores, como pteridófitas, esfenófitas, coníferas e cicadácias. Esses fósseis são peças-chave do patrimônio científico mundial, desempenhando um papel fundamental nos estudos sobre florestas, clima e ecologia planetária do período Permiano.

A repatriação desses materiais fósseis é uma conquista significativa para a preservação da história natural do Brasil. Através do cuidado e estudo dessas preciosidades, o Monumento Natural de Árvores Fossilizadas reafirma seu papel como um local de valor inestimável para a ciência e a conservação da riqueza paleontológica do país. A história ancestral preservada nesses fósseis continuará encantando e proporcionando conhecimento aos visitantes e pesquisadores que adentrarem o museu de história natural em Bielândia.

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