Aquecimento da economia aquece de mortes nas rodovias, diz estudo

De acordo com o Painel de Consultas Dinâmicas de Acidentes Rodoviários, da Confederação Nacional do Transporte, em 2020, foram 3.668 acidentes, sendo 3.608 com vítimas, em rodovias federais relacionados a problemas/defeitos nas vias e 16.205, sendo 14.086 vitimas fatais de acidentes relacionados a fatores humanos associados à fiscalização/e ou infraestrutura da via.

As causas são diversas, desde buracos, fissuras, ondulações até a falta de guard-rail. Até lombadas, que servem para diminuir a velocidade e evitar acidentes, quando colocadas em rodovias, associadas à imprudência, podem se tornar o propulsor para grandes acidentes, como o caso das duas carretas e um carro na BR-316, no Pará, em que a carreta e o carro de passeio reduziram a velocidade para passar na lombada, mas a terceira carreta carregada de cimento, acima da velocidade colidiu no veículo prensando-o entre os caminhões. Cinco pessoas morreram entre as ferragens.

As condições de infraestrutura, sinalização, bem como, a gestão das rodovias tem relação direta com a segurança daqueles que a utilizam. Segundo o estudo do Anuário CNT do Transporte, em 2019 a extensão total da malha rodoviária do Brasil representava 1.720.700,0 km, sendo 12,4% pavimentada: 213.452,0 km, ou seja, 78,5% não é: 1.349.938,0 km. Ainda, apenas 9,1% é planejada: 157.309,0 km.

De 2009 a 2019, o Brasil apresentou 5% de crescimento na malha pavimentada. Se contabilizarmos que 59,2% das rodovias avaliadas, em 2019, pelo Anuário da CNT, apresentaram algum tipo de problema no estado geral, 47,6% dos trechos avaliados têm problemas no pavimento, 48,1% dos trechos avaliados apresentam deficiência na sinalização e 75,7% dos trechos avaliados têm falhas na geometria. Se adicionarmos o crescimento de 59,5% em frotas (comparado a 2010), os acidentes parecem ser inevitáveis.

Para Daniel Schnaider, especialista em tecnologias e CEO da Pointer by PowerFleet Brasil, líder em soluções de IoT para gestão de frotas, a morosidade é nítida. "Não há como esperar ou contar que a segurança venha de concessionárias ou melhorias públicas neste momento". É necessário entender que as empresas precisam começar a se precaver para preservar a vida de seus colaboradores e de seus bens patrimoniais. "Há inúmeras soluções há disposição e acessíveis que podem garantir uma viagem segura, tanto ao condutor quanto a sociedade".

Rotas: a IoT pode coletar dados e traçar rotas com vias mais seguras e também econômicas, que não cause tanto desgaste ao veículo. Com um trajeto que já tenha identificado as dificuldades de infraestrutura, falta de sinalização e até mesmo buracos, é possível desviar o caminho ou redobrar a atenção.

Manutenção: não manter o veículo em boas condições, segundo a OMS, representa 4% dos acidentes, ou seja, a falha mecânica pode trazer sérias consequências e imprudências. Com um dispositivo acoplado no caminhão, é possível escanear constantemente todas as funcionalidades do veículo. A tecnologia vai detectar e emitir sinais sonoros e visuais para alertar o condutor do problema, seja nos pneus, motor, direção ou freios.

Direção segura: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos acidentes de trânsito são causados por falhas humanas. Esses dados mostram que a educação e o monitoramento do condutor são prioridades. A IoT é capaz de emitir alertas a qualquer sinal de curvas perigosas, freadas bruscas, até mesmo comportamento inadequado do motorista, tudo isso em tempo real, além de "ensinar" o condutor diariamente a ser melhor em suas decisões, tornando-o mais pró ativo em situações de risco. A tecnologia interage com o motorista e com a central, isso poderá fazer com que o possível infrator seja parado antes mesmo de causar um acidente.