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Juntando latinhas, estudantes de Pedro Afonso conseguem conhecer destinos turísticos até fora do Brasil

Projeto que começou em 2010 desperta a consciência ambiental em estudantes. O grupo define o destino no início do ano e arrecada dinheiro ao longo dos meses.

Por GG Noticias

11/09/2022 às 10:00:00 - Atualizado há
Latinhas foram coletadas por alunos de Pedro Afonso neste ano - Foto: Fabrício Rocha de Sousa/Divulgação

Um projeto desenvolvido com estudantes de escolas municipais e estaduais de Pedro Afonso, na região centro-norte do Tocantins, desperta o interesse pela preservação ambiental e ainda faz com que eles conheçam pontos turísticos pelo Brasil e o mundo.

Chamado de Amigos do Meio Ambiente, o projeto consiste em orientar os alunos a juntarem e venderem materiais recicláveis. O dinheiro das vendas financia uma viagem turística por ano.

Quem colocou a ideia em ação foi o professor Fabrício Rocha de Sousa junto com alunos da cidade ainda em 2010. Eles se juntaram para criar uma praça na cidade e logo depois, começaram a arrecadar materiais recicláveis. Como uma espécie de prêmio, eles se organizavam para conhecer alguma cidade no período de férias. Hoje, participam 45 alunos entre 10 e 15 anos, que estudam em Pedro Afonso e Bom Jesus, cidade vizinha. A última viagem aconteceu no final de agosto e a turma do projeto foi para Rio Quente (GO).

De acordo com Fabrício, os alunos que se interessam em participar se inscrevem no projeto organizado por ele e são orientados a buscarem os materiais fora do horário das aulas. Além disso, também ajudam em outras ações sociais na cidade. Geralmente ao final da tarde, eles se juntam em espaços comunitários como a praça ecológica para desenvolvimento das ações de proteção ao meio ambiente.


Parte da quantidade de materiais que os alunos juntaram neste ano — Foto: Fabrício Rocha de Sousa/Divulgação

Parte da quantidade de materiais que os alunos juntaram neste ano — Foto: Fabrício Rocha de Sousa/Divulgação

Arrecadação e escolha dos destinos

O professor explicou que eles vendem os materiais para cooperativas e juntam o dinheiro de forma individual. Se o estudante preferir, o próprio professor guarda o dinheiro para pagar as despesas da viagem, que acontece uma vez por ano.

"O projeto é anual e os alunos permanecem de três a quatro anos. Cada um arrecada sua parte para ser justo. Aí viajam geralmente de 30 a 40 pessoas, entre pais e alunos. E quando o grupo é grande, a gente consegue baratear demais a viagem", disse, ressaltando ainda que as turmas organizam bazares com venda de doces de caju e geladinhos, para complementar as rendas.


Festival aconteceu no inicio de setembro para ajudar nas próximas viagens — Foto: Fabrício Rocha de Sousa/Divulgação

Festival aconteceu no inicio de setembro para ajudar nas próximas viagens — Foto: Fabrício Rocha de Sousa/Divulgação

Sobre os destinos, Fabrício contou que eles são decididos no início do ano letivo, e muitos são para agregar conhecimento, além da diversão. Por isso, foram algumas vezes para o Rio de Janeiro, e entre os passeios estavam incluídas visitas a museus.

"Acho muito interessante a história do Brasil contada na perspectiva do Rio de Janeiro, que até 1960 era capital do país. Então a gente já foi para lá, para o nordeste e vários estados do Brasil", explicou.

A primeira viagem internacional foi para a Argentina. A turma com 40 alunos e 16 adultos viajou em julho de 2019 para conhecer o país hermano.

Viagem para Goiás

A viagem organizada desde o início deste ano foi para para curtir um parque aquático em Rio Quente (GO) no final de agosto. A comerciante Kylvania Lopes Bezerra, de 40 anos, tem dois filhos que estudam no Colégio de Tempo Integram Prof° Antônio Belarminio Filho e que participam do projeto.

Ela acompanhou Leo Victor Bezerra Soares, de 15 anos e Kauã Bezerra Soares, de 13 anos, e disse que mais de 90% da viagem foi paga com o dinheiro que os meninos juntaram com a venda de latinhas e ainda com a participação de bazares promovidos pelo projeto Amigos do Meio Ambiente.

"Foi maravilhoso e as crianças se divertiram bastante. Foi um momento muito legal, tanto para mim como mãe, de ver a alegria deles, como para eles, de estarem participando", relembrou.

Kylvania também falou sobre como é o processo e as orientações para que os alunos consigam juntar os materiais.

Próximos destinos

Desde o início do projeto, em 2010, as turmas já percorreram cerca de 55 mil km em viagens. O trabalho vai continuar com o recolhimento de materiais para reciclagem e bazares na cidade, mas de acordo com o Fabrício, provavelmente não haverá organização de viagem em 2023, pois ele vai precisar se dedicar ao filho que vai nascer.

Mas para 2024 o projeto quer levar os alunos para Fortaleza (CE) e Recife (PE). "Sempre a ideia é intercalar cultura e diversão", afirmou.

Fonte: G1 TO
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