Fóssil contrabandeado de dinossauro chega a Brasília antes de retornar ao Ceará

Em uma jornada repleta de controvérsias e um enredo digno de um filme de aventura, o fóssil do dinossauro Ubirajara jubatus finalmente retornou ao solo brasileiro. Contrabandeado para a Alemanha em 1995, o exemplar fossilizado desembarcou em Brasília no último domingo (4/6). Porém, sua estadia na capital federal será breve, durando até a próxima segunda-feira (12/6), antes de ser transferido para o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens (MPPCN), situado na cidade de Santana do Cariri, interior do Ceará, onde será repatriado definitivamente.

O fóssil, originalmente proveniente do Museu Estadual de História Natural Karlsruhe, na Alemanha, ganhou destaque na comunidade científica após ser apresentado em uma revista especializada em dezembro de 2020. A partir desse momento, a questão da importação ilegal do fóssil ganhou as atenções dos pesquisadores. A ministra da Ciência à época, Theresia Bauer, solicitou a devolução do exemplar ao museu, dando início a uma série de investigações sobre a origem e o trajeto percorrido pelo dinossauro.

O Ubirajara jubatus, único dinossauro não aviário com estruturas semelhantes a penas encontrado na América do Sul, viveu há aproximadamente 110 milhões de anos na região da Bacia do Araripe, no interior do Ceará. A área, reconhecida como centro paleontológico e pertencente ao Geoparque do Araripe, abrange os estados de Ceará, Pernambuco e Piauí. Com o tamanho comparável ao de uma galinha e revestido por penas, o dinossauro é uma descoberta de grande relevância para a ciência.

Após ter sido ilegalmente retirado do Brasil para a Alemanha nos anos 1990, o contrabando do fóssil causou repercussão internacional. Agora, com seu retorno ao país de origem, a história do Ubirajara jubatus ganha um novo capítulo, marcado pela busca pela justiça e pela preservação do patrimônio paleontológico brasileiro.

A repatriação desse fóssil é um lembrete poderoso sobre a importância da proteção e preservação de nossas riquezas históricas e científicas. É essencial que casos de contrabando como esse sejam devidamente investigados e que medidas rigorosas sejam tomadas para evitar que nossa herança cultural seja saqueada e perdida para sempre.

O retorno do Ubirajara jubatus ao Ceará representa uma vitória para a comunidade científica brasileira e para todos os amantes da paleontologia. Esperamos que esse evento sirva como um catalisador para uma maior conscientização sobre a importância de protegermos e valorizarmos nossa rica diversidade de fósseis e patrimônios naturais, que contam a história fascinante de nosso planeta e suas criaturas antigas.