Tocantins Meio Ambiente

Projeto de soltura de tartarugas-da-amazônia e tracajás recupera espécies ameaçadas no rio Araguaia

Iniciativa voluntária libera 6 mil filhotes de tartarugas em um dos principais rios do Brasil, promovendo a preservação e o equilíbrio ambiental

Por Redação

08/06/2023 às 15:00:00 - Atualizado há
Agência Pará

No coração do rio Araguaia, um importante curso d'água que atravessa os estados do Pará e Tocantins, uma iniciativa voluntária tem alcançado marcos significativos na preservação das tartarugas-da-amazônia e tracajás. O projeto de soltura, que teve início com a liberação de 160 animais, celebrou um momento extraordinário na última terça-feira (6), quando cerca de 6 mil filhotes dessas espécies foram devolvidos ao seu habitat natural. Esse impressionante feito só foi possível graças a uma década de trabalho árduo e dedicado.

O rio Araguaia é conhecido não apenas por sua imponente extensão, que ultrapassa 2,6 mil quilômetros, mas também por ser o berço de diversas espécies de peixes, aves e animais ameaçados de extinção. As tartarugas-da-amazônia e tracajás são algumas dessas preciosidades da fauna brasileira que encontram refúgio nesse ecossistema único.

Antes do projeto de soltura, os quelônios praticamente não eram encontrados na região de São Geraldo do Araguaia, no sudeste paraense. O trabalho cuidadoso realizado pelo Instituto Ambiental Xambioá (IAX), em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), foi essencial para reverter essa situação preocupante.

A liberação dos filhotes ocorreu em três pontos estratégicos do Rio Araguaia: na praia em frente ao porto do IAX, nas comunidades de Ilha de Campos e Santa Cruz, e na zona de amortecimento de duas Unidades de Conservação do Ideflor-Bio: o Parque Estadual Serra dos Martírios/Andorinhas e a Área de Proteção Ambiental (APA) Araguaia.

Alunos da rede pública tiveram a oportunidade de acompanhar esse momento emocionante, que marca o resultado de anos de esforços na preservação dos quelônios. Para Alípio Murici, coordenador do projeto, a soltura dos animais é a coroação de um trabalho incansável em prol da preservação das espécies.

"Há pouco tempo, esses animais estavam à beira da extinção, e quando começamos essa ação, encontramos apenas três ninhos. Hoje, com muito esforço e dedicação, conseguimos identificar mais de 80 ninhos, o que resultou nesse número recorde de 6 mil tartarugas", destacou Murici.

Além de sua importância para a biodiversidade, os quelônios desempenham um papel fundamental no equilíbrio ambiental e na qualidade da água. Eles são responsáveis por uma verdadeira limpeza nos rios, alimentando-se de plantas aquáticas e decompondo peixes mortos. A ausência desses animais poderia desencadear um desequilíbrio ambiental prejudicial ao ecossistema fluvial.

O ciclo reprodutivo das tartarugas-da-amazônia e tracajás ocorre em diferentes períodos. Enquanto as desovas dos tracajás iniciam em julho e vão até agosto, as tartarugas-da-amazônia realizam suas posturas entre setembro e outubro. Os ovos são cuidadosamente transferidos para praias dentro de unidades de conservação, onde permanecem de 50 a 60 dias em desenvolvimento.

As eclosões acontecem entre novembro e dezembro, e nesse estágio inicial de vida, os quelônios são protegidos em um tanque para crescerem sem risco de predadores. Esse cuidado minucioso garante que essas espécies preciosas possam se fortalecer e contribuir para a perpetuação do equilíbrio ambiental do rio Araguaia.

A iniciativa do projeto de soltura de tartarugas-da-amazônia e tracajás é um exemplo inspirador de como a ação coletiva e a dedicação podem gerar resultados positivos na preservação da nossa rica biodiversidade. Esperamos que outras iniciativas semelhantes possam florescer, garantindo um futuro próspero para as espécies ameaçadas e os ecossistemas que dependem delas.

Reprodução e preservação caminham juntas nesse esforço de resgate e proteção da vida selvagem, pois a conservação dessas espécies é um compromisso essencial para a saúde e a sustentabilidade do nosso planeta.

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