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Anvisa aprova Cabotegravir: A primeira injeção para prevenir a infecção do HIV; entenda como funciona

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concede registro ao Cabotegravir, uma injeção revolucionária que oferece uma nova forma de profilaxia pré-exposição (PrEP) contra o HIV. Saiba mais sobre o medicamento e seus benefícios.

Por Redação

10/06/2023 às 19:25:41 - Atualizado há
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A luta contra o HIV ganhou um importante aliado com a aprovação do Cabotegravir, a primeira injeção desenvolvida para prevenir a infecção pelo vírus. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu o registro do medicamento, conhecido comercialmente como Apretude, no último dia 5, marcando um avanço significativo no campo da saúde pública.

O Cabotegravir, desenvolvido pela farmacêutica GSK, oferece uma forma inovadora de profilaxia pré-exposição (PrEP), que tem como objetivo proteger determinados grupos considerados de maior risco de exposição ao HIV, como homens que fazem sexo com outros homens, profissionais do sexo e pessoas em relacionamentos sorodiscordantes. Diferente da terapia atual, que envolve a ingestão diária de comprimidos, a injeção do Cabotegravir é aplicada a cada dois meses.

A eficácia do Cabotegravir foi comprovada em estudos clínicos, apresentando um desempenho 69% superior aos comprimidos diários na prevenção da infecção pelo HIV. Com apenas duas aplicações mensais no início e, posteriormente, uma a cada dois meses, o medicamento reduz a frequência de 365 doses por ano para apenas seis. A injeção é administrada na região dos glúteos.

Uma das maiores vantagens dessa nova forma de prevenção é a facilidade de adesão ao tratamento. Ao eliminar a necessidade de tomar comprimidos diariamente, o Cabotegravir oferece uma opção mais conveniente para os pacientes, reduzindo as barreiras que muitos enfrentam na aderência ao tratamento a longo prazo.

Embora a Anvisa tenha concedido o registro para o Cabotegravir, é importante ressaltar que sua disponibilidade na rede pública de saúde ainda depende de uma avaliação do Ministério da Saúde. A decisão de incorporar o novo medicamento à estratégia da PrEP no Sistema Único de Saúde (SUS) e estabelecer diretrizes para sua distribuição ainda está pendente. Além disso, não há previsão para a comercialização do Cabotegravir na rede privada.

Apesar dessas considerações, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou no ano passado a implementação de um projeto piloto com a PrEP injetável no Brasil. Essa iniciativa, financiada pela Unitaid, uma agência global de saúde ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), visa testar a eficácia e a viabilidade do Cabotegravir no contexto nacional. Atualmente, a Fiocruz é responsável pela produção dos comprimidos da PrEP distribuídos nos postos de saúde do país.

A aprovação do Cabotegravir chega em um momento crucial, pois o Brasil tem enfrentado um aumento alarmante no número de novas infecções pelo HIV. Entre 2011 e 2021, os diagnósticos aumentaram em impressionantes 198%. Enquanto isso, a terapia antirretroviral (TARV) conseguiu reduzir em 18,5% os casos de AIDS durante o mesmo período, graças à sua capacidade de controlar a infecção e evitar a progressão para a forma grave da doença.

Embora a PrEP injetável não seja considerada uma vacina, ela representa um grande avanço no campo da prevenção do HIV. Ao oferecer uma alternativa mais conveniente e eficaz, o Cabotegravir pode desempenhar um papel fundamental na redução das taxas de infecção e no fortalecimento da saúde sexual da população. A expectativa é de que, com a aprovação e adoção do Cabotegravir, mais pessoas tenham acesso à proteção contra o HIV, contribuindo para um futuro mais saudável e livre da epidemia.

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