Política

Lula busca cooperação sigilosa com Venezuela e pede fim das críticas à Nicarágua

Presidente retoma laços com ditaduras e gera preocupação sobre troca de informações secretas

Por Redação

20/06/2023 às 09:45:00 - Atualizado há
Foto: Reprodução

Durante a campanha eleitoral do ano passado, a relação histórica de Luiz Inácio Lula da Silva com narcoditaduras foi habilmente ocultada pela imprensa militante e pelo judiciário. No entanto, agora que assumiu a presidência, Lula não perdeu tempo em tornar público o estreitamento dos laços entre seu governo e os regimes ditatoriais da Venezuela e Nicarágua.

Após a recente visita do ditador Nicolás Maduro ao Brasil, os dois países divulgaram uma declaração conjunta contendo 55 metas a serem alcançadas. No entanto, chama a atenção o item 38, no qual ressaltam a necessidade de "aumentar a articulação dos órgãos de inteligência e fortalecer as redes informacionais". Além das críticas por retomar a relação com a narcoditadura de Maduro, o acordo assinado por Lula também levanta preocupações devido à ligação dos serviços de inteligência venezuelanos com outras ditaduras como Cuba e Irã. Maduro é ainda acusado de espionar o governo de Iván Duque, na Colômbia.

Na busca por restabelecer laços com as "ditaduras amigas", Lula enviou recentemente um texto à Assembleia-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), pedindo o fim das críticas ao regime da Nicarágua. Essa solicitação ocorre antes da reunião dos países membros da OEA, que será realizada na próxima semana em Washington, nos Estados Unidos. O encontro prevê uma discussão sobre as constantes violações dos direitos humanos na Nicarágua, sob o comando do ditador e amigo de Lula, Daniel Ortega.

Paralelamente, a 26ª reunião do Foro de São Paulo está agendada para ocorrer em Brasília entre os dias 29 de junho e 2 de julho. A ironia reside no fato de que, apesar de alegar combater o "imperialismo estadunidense", o evento está cobrando taxas de inscrição em dólar.

O texto publicado no site oficial do Partido Comunista Cubano (PCC) revela que Ángel Arzuaga Reyes, vice-chefe do Departamento de Relações Internacionais do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, pretende utilizar a próxima reunião em Brasília como uma resposta ao "imperialismo" da "extrema-direita", consolidando a união de intelectuais e grupos progressistas na América Latina.

A retomada dessas relações com ditaduras e a busca por cooperação sigilosa levantam questionamentos sobre as intenções do governo de Lula e suas verdadeiras prioridades. Enquanto o presidente busca fortalecer laços controversos, a preocupação com os direitos humanos e a democracia na região continua a crescer entre aqueles que valorizam a liberdade e a transparência.

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