Americanas enfrenta onda de demissões com cerca de 2.000 funcionários dispensados em três semanas

A Americanas, gigante do varejo em recuperação judicial e recentemente atingida por uma fraude bilionária, enfrenta um período de reestruturação que tem impactado significativamente o quadro de funcionários. Nos últimos três meses, a empresa já desligou cerca de 2.000 colaboradores, representando quase a metade dos cortes promovidos desde o fim de março. As informações constam em relatórios semanais enviados pela própria Americanas à administradora judicial da recuperação judicial, e a situação vem chamando a atenção do mercado.

Em 19 de março, a Americanas contava com 40.121 funcionários. No entanto, até a última sexta-feira, esse número reduziu para 35.741, indicando um total de pelo menos 4.300 demissões, sem levar em conta possíveis reposições de vagas de trabalho.

A semana passada, compreendida entre 17 e 24 de julho, concentrou o maior corte de pessoal, com 1.404 desligamentos. Nas duas semanas anteriores, as demissões mantiveram-se em um patamar próximo a 300.

Embora o número de funcionários tenha diminuído, a empresa registrou crescimento no número de lojas desde março, quando contava com 1.777 unidades. Na última semana, esse número aumentou para 1.825 lojas.

De acordo com Ricardo Patah, presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo e também líder da central sindical UGT, parte das demissões atinge os funcionários da rede Hortifruti em São Paulo. Além disso, a empresa fechou uma loja em Mato Grosso do Sul e também realizou cortes em áreas de tecnologia.

Patah relata que o sindicato tem dialogado com a empresa sobre as demissões, buscando alternativas para realocar os funcionários dispensados em outras empresas. Na próxima semana, entre 1 e 4 de agosto, um mutirão de empregos será realizado, oferecendo oportunidades para os que foram alvo de cortes na Americanas.

A empresa, ao ser procurada, afirmou em nota que os desligamentos ocorreram como parte de sua reestruturação de algumas frentes de negócio conforme seu plano de transformação. A Americanas ressaltou seu compromisso com a transparência na relação com os sindicatos, mantendo-os informados sobre as mudanças e garantindo o cumprimento integral e tempestivo das obrigações trabalhistas, seguindo a legislação vigente.

A varejista enfrenta desafios em meio ao processo de recuperação judicial e procura focar na manutenção de suas operações e na busca por maior eficiência. O cenário é acompanhado de perto pelos colaboradores, sindicatos e pelo mercado em geral, que aguardam os próximos passos da empresa em sua jornada de reestruturação.