Resgate Cultural: Ruínas da Igreja Nossa Senhora do Rosário em Chapada da Natividade são Reinauguradas

Uma ocasião de resgate cultural e celebração tomou conta de Chapada da Natividade, onde as Ruínas da Igreja Nossa Senhora do Rosário foram reinauguradas com honras após passarem por reparos emergenciais de estabilização estrutural. Em um cenário que carrega séculos de história, a Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot) se uniu à comunidade para conservar e proteger este importante monumento, proporcionando um novo fôlego para sua narrativa.

Localizado no coração de Chapada da Natividade, o monumento histórico agora restaurado traz à tona um pedaço da trajetória da região. As solenidades se desdobraram em uma cerimônia na Câmara Municipal, seguida por uma visita às ruínas, onde os reparos realizados foram minuciosamente explicados. Estudantes de escolas públicas, membros da sociedade civil e representantes do legislativo e executivo testemunharam a renovação deste patrimônio cultural.

Ana Mumbuca, diretora de Proteção aos Quilombolas da Sepot, expressou a importância desta restauração para a comunidade quilombola. "Chapada da Natividade é o único quilombo urbano do Tocantins, então precisa haver um olhar muito especial para essa comunidade. Chapada está sendo presenteada com um bem constitucional, sua preservação está prevista na Constituição Federal, porque é a cultura viva. O povo que não tem cultura é um povo morto e Chapada mostra que é um povo vivo. É precioso ter o povo de Chapada na história do Tocantins, do povo do quilombo", enfatizou Mumbuca.

A superintendente do Iphan no Tocantins, Cejane Pacini, destacou que a restauração é apenas o começo de uma jornada para explorar a história das ruínas. Com a conclusão dos reparos emergenciais, os trabalhos arqueológicos serão o próximo passo, buscando revelar os detalhes de como a igreja foi construída. A preservação deste patrimônio não se limita às estruturas físicas, mas também envolve a valorização da cultura e tradições locais.

Felipe Dionísio de Santana, professor e presidente da Associação Comunitária dos Quilombolas, expressou sua gratidão pela restauração do monumento. "Fico feliz e grato, porque ela estava desmoronando e com essa restauração ficamos felizes com a conquista. Espero que possamos preservar e manter essa ruína em perfeitas condições", ressaltou.

As ruínas, construídas a partir de pedras e barro, carregam em suas paredes a vegetação que cresceu ao longo do tempo. Para preservar sua historicidade, um cuidadoso trabalho de conservação foi realizado. A remoção das raízes, desmontagem e montagem de trechos específicos, além da aplicação de técnicas especializadas, foram fundamentais para manter a autenticidade do monumento.

O administrador da empresa responsável pelos reparos, Waldivino Francisco Mars, compartilhou sua experiência única no processo. "Foi uma experiência única. Enumeramos pedra por pedra, descemos e depois subimos de novo até o mesmo lugar e posição. Foi uma grande experiência pra gente. Fizemos de coração", destacou.