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Juiz afastado da Lava Jato: Advogados doam R$ 600 mil ao PT

Doações feitas por advogados responsáveis pela defesa de Eduardo Appio ao diretório nacional petista geram polêmica

Por Redação

13/06/2023 às 21:00:00 - Atualizado há
Reprodução/Redes Sociais

Nos bastidores da operação Lava Jato, uma revelação surpreendente vem à tona, gerando polêmica e questionamentos sobre a imparcialidade de alguns envolvidos. Dois advogados que compõem a equipe de defesa do juiz afastado Eduardo Appio foram identificados como doadores do Partido dos Trabalhadores (PT), com um montante total de R$ 600 mil destinados ao diretório nacional da sigla.

Segundo informações do site Metrópoles, Walfrido Warde e Rafael Valim, integrantes do escritório Warde Advogados, realizaram as doações nos meses de fevereiro e abril deste ano. Warde contribuiu com expressivos R$ 400 mil, enquanto Valim destinou R$ 200 mil para o partido. Essas doações colocaram a dupla como o segundo e o terceiro maiores doadores do PT em 2023, ficando atrás apenas do empresário Rubens Ometto Silveira Mello, que doou R$ 1 milhão de acordo com os registros da Justiça Eleitoral.

Vale ressaltar que Walfrido Warde e Rafael Valim não estão atuando sozinhos na defesa de Eduardo Appio. Pedro Serrano também integra o time de advogados envolvidos no processo que culminou no afastamento do juiz da 13ª Vara de Curitiba, responsável por julgar casos emblemáticos da Lava Jato.

A decisão de afastar Appio foi tomada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região no dia 22 de maio, após o juiz ser acusado de ameaçar um dos filhos do desembargador Marcelo Malucelli em uma ligação telefônica. Esse episódio adicionou mais controvérsia ao caso e levantou questionamentos sobre a conduta do magistrado.

Curiosamente, não são apenas os advogados de Appio que possuem vínculos com o PT. O próprio juiz afastado da Lava Jato, juntamente com dois de seus defensores, já realizaram doações financeiras para o partido. Appio contribuiu com campanhas petistas à Presidência da República tanto em 2018 quanto em 2022, transferindo R$ 30 e R$ 13, respectivamente. No entanto, é importante ressaltar que o juiz afirmou não se considerar um simpatizante do partido.

A situação se torna ainda mais intrigante quando é revelado que, antes de ser afastado, Appio admitiu que a senha de acesso ao sistema virtual da Justiça Federal chegou a ser "Lul2022". Essa informação levanta questionamentos sobre a imparcialidade do juiz em relação a casos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A descoberta desses vínculos entre advogados, juiz afastado e o Partido dos Trabalhadores desperta a atenção da opinião pública e coloca em xeque a independência e a imparcialidade dos atores envolvidos no processo da Lava Jato. O caso abre espaço para debates sobre a influência política e as relações obscuras que podem interferir na condução de investigações e julgamentos. Resta aguardar os desdobramentos dessa revelação e sua repercussão nos meios jurídicos e políticos do país.

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