Tocantins

Justiça Age Contra a Barbárie: Dono de Clínica Psiquiátrica Condenado a 22 Anos de Prisão por Assassinato e Tortura

Tribunal do Júri vê crime cometido com extrema crueldade e condena réu por homicídio qualificado.

Por Redação

06/09/2023 às 17:30:00 - Atualizado há
Foto: Reprodução

Uma história de horror que se desenrolou por anos chegou finalmente ao seu capítulo de justiça. Paulo Guttierre Duarte Leite, proprietário de uma clínica psiquiátrica, foi condenado a 22 anos de prisão pelo brutal assassinato de Douglas Honório Freitas, um paciente de apenas 29 anos. O veredito veio após um julgamento repleto de tensão no Tribunal do Júri, onde quatro qualificadoras pesaram contra o réu.

Segundo as investigações conduzidas pelo Ministério Público, Douglas era um paciente da clínica psiquiátrica e sua vida foi tragicamente ceifada para ocultar uma série de torturas horríveis que ocorriam nas dependências da instituição. O Ministério Público Estadual (MPE) já anunciou que pretende recorrer da sentença, buscando um aumento na pena. Por sua vez, o réu ainda tem o direito de recorrer da decisão.

A tragédia começou a se desenrolar em julho de 2016, quando Douglas Honório desapareceu enquanto estava internado na clínica em Araguaína. Este evento desencadeou uma investigação profunda que levou a prisão não apenas do dono da clínica, mas também de dois funcionários.

Na época, a Polícia Civil revelou um cenário sombrio. Alegou-se que o jovem teria sofrido torturas brutais antes de seu desaparecimento, e que a clínica já tinha um histórico sinistro de abusos. Após mais de sete anos de investigação e espera, o julgamento do caso ocorreu no dia 30 de agosto. O Tribunal do Júri condenou o réu por homicídio qualificado, envolvendo o uso de meio cruel e a impossibilidade de defesa da vítima, além de ocultação de cadáver e fraude processual.

O MPE argumenta que a pena foi calculada incorretamente, não levando em consideração agravantes como o emprego de meio cruel e a tortura. Assim, o órgão está buscando uma pena de 23 anos e quatro meses de reclusão, com o início imediato do cumprimento da sentença.

Para entender o caso, é necessário voltar a 2016, quando Douglas Honório, oriundo de Tucumã, no Pará, foi internado na Clínica Centro Terapêutico de Araguaína (CTA) para receber tratamento psiquiátrico. No entanto, seu sofrimento estava apenas começando.

Durante sua internação, Douglas enfrentou torturas psicológicas e agressões físicas devido a danos causados a uma televisão na clínica. Ele foi submetido a um isolamento cruel, dopado e amarrado por Paulo Guttierre, o proprietário do estabelecimento.

A denúncia revela que, após dias de sofrimento, o réu simulou uma suposta ida de Douglas à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade em seu veículo particular, onde alegou que ocorreu uma fuga. A partir desse ponto, a vítima desapareceu, sem que ninguém mais a visse.

As evidências apontam que Paulo, com a ajuda de uma funcionária da clínica, assassinou Douglas e ocultou seu corpo nas águas do lago da represa do Rio Tocantins, na cidade de Filadélfia. O crime foi concebido como um meio de evitar a punição decorrente dos terríveis atos de tortura cometidos contra os pacientes na clínica.

A condenação de Paulo Guttierre Duarte Leite não apenas encerra um capítulo de horror, mas também envia uma mensagem clara de que a justiça prevalecerá contra a brutalidade e a crueldade. A busca por justiça continua, e a sociedade clama por um fim aos abusos e ao sofrimento que ocorrem à sombra de lugares que deveriam ser de cura e cuidado.

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