Fluminense bate o Cerro Porteño por 2 x 0 pela primeira partida das oitavas de final da Copa Libertadores

O Fluminense venceu o Cerro Porteño por 2 a 0 na noite desta terça-feira, no Paraguai, e abriu boa vantagem para o jogo de volta das oitavas de final da Libertadores no Maracanã. E a equipe paraguaia saiu revoltada com a arbitragem do argentino Facundo Tello e do chileno Cesar Deishler no VAR. Em entrevista coletiva após a partida, o técnico Francisco Arce não mediu as palavras para demonstrar sua indignação com o lance que aconteceu quando o placar ainda estava 0 a 0:

– Creio que foi um erro muito óbvio, muito grande, muito evidente. Deixa eu ver o que mais posso dizer para não sair... É impossível que não tenham se dado conta, ao menos o que estava fazendo o VAR lá de cima. Também o bandeira, que não seguiu o protocolo de esperar até o final, levantou muito rápido. Mas não acho que é uma desculpa. Se investe tanto, todos são convidados para seminários. Sinceramente, nos roubaram à mão armada em nossa própria casa.

Arce chegou a falar na entrevista coletiva sobre pedir a suspensão da partida:

– Cinco, sete, oito profissionais pagos para isso e não puderam perceber. Podemos entender com o que se passa em campo, mas com os que estão tranquilos, à distância, em teoria têm oito, nove, dez câmeras. Nós em tempo real tivemos a imagem, como mostramos aos árbitros, e eles não puderam determinar essa situação. Evidente que de alguma maneira afetou mais ou menos, poderia ter mudado a forma de encarar o segundo tempo. Agora já foi. O que podemos fazer? Pedir a suspensão da partida? Reclamar contra a arbitragem? Já nos meteram a mão aqui (Campeonato Paraguaio), agora nos metem a mão em um campeonato internacional.

Aos 40 minutos do primeiro tempo, o Cerro teve um gol mal anulado. Após disputa de cabeça na área, a bola sobrou para Boselli, que dividiu com Marcos Felipe, levou sorte para tirar o goleiro e chutou para a rede vazia. Porém, a jogada foi invalidada por impedimento, só que Samuel Xavier claramente dava condição na lateral do campo. E o VAR? A arbitragem de vídeo começou a ser usada na Libertadores justamente nas oitavas de final, só que o auxiliar levantou a bandeira ao invés de esperar o lance acabar, e o árbitro apitou antes do gol. Teoricamente, por isso o VAR não pôde interferir neste contexto. Autor do gol anulado, Boselli também reclamou bastante da arbitragem em entrevista coletiva:

– Chegamos ao vestiário e soubemos que tivemos um gol válido, e tendo VAR. Quando não tem, tanto o árbitro quanto nós jogadores nos equivocamos dentro de campo, é normal. Mas uma pessoa sentada com uma televisão, com todo o tempo do mundo, não se admite um erro assim. Creio que não é justificativa, mas obviamente foi um golpe de ânimo porque voltamos para o segundo tempo sabendo que o que passou na partida não foi justo.

O centroavante ex-Corinthians afirmou que o trio de arbitragem não seguiu o protocolo do VAR:

– O arbitro de linha tem que esperar para levantar a bandeira. Eu não tinha chutado ainda, e ele já tinha a bandeira levantada. Me chama a atenção pelo menos, mas depois disso a responsabilidade não é mais do árbitro, passa pelo VAR. Tem que ser responsabilizado porque isso muda a partida.

Após perder em casa por 2 a 0, o Cerro Porteño precisará vencer por três gols de diferença para se classificar no Rio de Janeiro, ou devolver o placar de 2 a 0 e levar a disputa para os pênaltis. A partida se volta será na próxima terça-feira, às 19h15h (de Brasília), no Maracanã.

"Agora temos que nos recuperar, corrigir nossos erros, mudar o que tivermos que mudar. Ainda estamos vivos, assim como fizeram gols aqui, vamos buscar fazer lá. Isso se a arbitragem for imparcial", concluiu Arce.