Em carta ao apóstolo Estevam Hernandes, o presidente Lula recusa participação na Marcha para Jesus, mas elogia o evento como uma expressão extraordinária de fé.
O presidente Lula surpreendeu ao recusar um convite "honroso" para participar da edição deste ano da Marcha para Jesus, evento religioso que reúne milhares de fiéis em diversas cidades ao redor do mundo. A recusa foi comunicada em uma carta enviada ao apóstolo Estevam Hernandes, idealizador da caminhada que completa 30 anos no Brasil. Apesar de não estar presente fisicamente, Lula enviou como representantes a deputada Benedita da Silva (PT), uma pioneira evangélica do partido, e Jorge Messias, o advogado-geral da União.
O texto assinado por Lula expressa seu respeito e admiração pela Marcha para Jesus, que considera uma das mais extraordinárias expressões de fé do povo brasileiro. Embora o presidente não possa participar pessoalmente do evento, sua carta foi bem recebida pelo apóstolo Estevam Hernandes. Segundo a Folha de S.Paulo, Hernandes destacou a importância do reconhecimento por parte de Lula, enfatizando o caráter cristão e a relevância mundial da marcha.
Curiosamente, Lula sancionou a lei que instituiu o Dia Nacional da Marcha para Jesus em 2009, mas nunca compareceu a nenhuma edição do evento. O atual presidente, Jair Bolsonaro, marcou presença já no primeiro ano de seu mandato, o que gerou um contraste notável. O apóstolo Estevam Hernandes, que já foi aliado de Lula durante governos anteriores, acabou se distanciando do petista e apoiou Bolsonaro nas eleições de 2018 e 2022.
Antes das eleições, quando questionado sobre a possibilidade de Lula ser eleito, o religioso afirmou que, nesse caso, seria "praticamente obrigatório" construir novas pontes para o diálogo. Segundo Hernandes, o resultado das urnas e o processo democrático determinam o presidente dos brasileiros, e é importante respeitar essa escolha. Suas palavras na época demonstram a importância do diálogo e da aceitação dos resultados eleitorais para uma convivência democrática.
Embora Lula tenha declinado do convite, seu reconhecimento à Marcha para Jesus como uma manifestação de fé notável mostra que a influência desse evento transcende fronteiras religiosas e políticas. A participação dos representantes do presidente reforça a intenção de manter o diálogo e respeitar a diversidade religiosa no país. A Marcha para Jesus continua a desempenhar um papel significativo na vida de milhares de fiéis, e seu impacto se estende além das diferenças ideológicas e partidárias.
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