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Escândalo na Americanas: Fraude no balanço gera rombo contábil de R$ 20 bilhões e empresa pede recuperação judicial

Diretoria anterior da Americanas é acusada de fraude contábil, simulando contratos e contratação de financiamentos sem aprovação

Por Redação

13/06/2023 às 12:11:49 - Atualizado há
Reprodução

Em um comunicado de fato relevante divulgado nesta terça-feira, 13, a Americanas admitiu, pela primeira vez, a ocorrência de fraude em seu balanço contábil, resultando em um rombo de impressionantes R$ 20 bilhões. Essa revelação impactante levou a empresa a pedir recuperação judicial em 11 de janeiro, a fim de lidar com as consequências devastadoras dessa ação ilegal.

A varejista reconheceu oficialmente que as demonstrações financeiras da companhia foram fraudadas pela diretoria anterior da Americanas, conforme constatado em um relatório elaborado por assessores jurídicos da administração. O relatório, baseado em documentos entregues pelo comitê de investigação independente e em documentos complementares identificados pela administração, foi apresentado ao Conselho de Administração da empresa em uma reunião realizada no dia anterior.

Os ex-membros da diretoria mencionados no comunicado foram diretamente responsabilizados pela fraude contábil. Entre eles, estão o ex-CEO Miguel Gutierrez, os ex-diretores Anna Christina Ramos Saicali, José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles, e os ex-executivos Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes. Gutierrez deixou a empresa em 31 de dezembro, enquanto os demais foram afastados em 3 de fevereiro de 2023, juntamente com outros colaboradores identificados até o momento.

As fraudes realizadas pela diretoria anterior incluíam a simulação de contratos e a contratação de financiamentos sem a devida aprovação. Segundo o comunicado, a antiga diretoria criou contratos fictícios de verba de propaganda cooperada, que totalizaram um montante de R$ 21,7 bilhões em 30 de setembro de 2022. Esses contratos não tinham lastro financeiro associado e foram utilizados como redutores de custo para melhorar artificialmente os resultados operacionais da empresa.

Além disso, a diretoria anterior contratou financiamentos sem a devida aprovação societária, totalizando R$ 20,6 bilhões, dos quais R$ 18,4 bilhões e R$ 2,2 bilhões foram mencionados no comunicado preliminar. Essas operações de financiamento não foram adequadamente contabilizadas, comprometendo a determinação correta do grau de endividamento da companhia ao longo do tempo.

Outra forma de fraude identificada foi a manipulação dos lançamentos contábeis relacionados aos juros sobre operações financeiras, que deveriam ter sido registrados como resultado da companhia. Esses lançamentos fraudulentos totalizaram R$ 3,6 bilhões.

A Americanas ressaltou que o relatório será apresentado às autoridades competentes e que a administração tomará medidas para buscar o ressarcimento dos danos causados pela fraude em suas demonstrações financeiras.

Esse escândalo financeiro abala a reputação da Americanas e levanta sérias preocupações sobre a gestão e a governança corporativa da empresa. À medida que a investigação avança, é essencial que todas as partes responsáveis sejam responsabilizadas e que medidas rigorosas sejam tomadas para evitar a repetição de tais práticas no futuro.

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