Cirurgia Plástica Complexa Oferece Esperança para Jovem Mordida em Briga

A brutal agressão que resultou na perda parcial da orelha de Raylland Ferreira Barros, de 28 anos, em Araguaína, desencadeou a necessidade de uma cirurgia plástica complexa para reconstrução da região afetada. O médico cirurgião, Dr. Jonas Lima, esclarece que esse tipo de procedimento é delicado e pode ser dividido em várias etapas, com períodos de recuperação entre elas.

No caso específico de Raylland, a lesão traumática envolve a ponta superior da orelha, exigindo uma abordagem cuidadosa. O cirurgião Dr. Weber Moragas destaca que, em casos de avulsão com perda da hélice e anti-hélice superior da orelha, a reconstrução do arcabouço cartilaginoso é essencial.

O Dr. Jonas explica que a orelha possui uma estrutura tridimensional complexa, o que torna o processo operatório desafiador. A escolha do tipo de reconstrução depende do grau da perda, podendo variar desde retalhos tubulares só de pele até enxertos de cartilagem. Em situações mais complexas, a cartilagem pode ser obtida de outra orelha ou da costela do paciente.

Essa cirurgia, muitas vezes, é realizada em várias etapas:

• Enxerto de Cartilagem Costal: A cartilagem é retirada da costela e levada para a orelha.
• Arcabouço com Cabelo/Cabeça: Cria-se uma estrutura ao redor do enxerto para manter sua posição.
• Liberação e Enxerto de Pele: O enxerto de cartilagem é liberado e a pele é enxertada para cobrir a cartilagem e as demais áreas da orelha.

O tempo de recuperação de cada etapa pode ser de seis meses, o que significa que a reconstrução completa da orelha pode levar um ano ou mais. O Dr. Weber enfatiza que a recuperação é breve, e o nível de dor geralmente é baixo.

Quanto aos riscos, os médicos destacam que o risco de perda de audição é quase nulo, pois a cirurgia foca na parte externa da orelha. No entanto, é crucial tomar precauções para evitar acidentes que possam afetar o canal auditivo.

A orelha é rica em nervos, e a lesão pode afetá-los. O Dr. Jonas menciona que a reconstrução pode resultar em uma sensibilidade diferente na região afetada. A autonomização do enxerto permite a regeneração gradual dos nervos, reconectando-se ao novo tecido.

Apesar de a neo-otoplastia não ser oferecida pelo SUS, o Tocantins disponibiliza outras cirurgias plásticas gratuitas, como para hipertrofia mamária, reconstrução pós-mastectomia e cirurgias pós-bariátricas. Raylland, que sofreu a agressão, continuará seus acompanhamentos médicos e deve passar pelo procedimento no próximo ano, graças a uma doação para a cirurgia.