De acordo com a BBC, seria um deserto do tamanho da Inglaterra criado, exclusivamente, pela ação humana
Uma área do tamanho da Inglaterra passa por um acelerado processo de desertificação no Semiárido brasileiro, que engloba grande parte do Nordeste e o norte de Minas Gerais. Novo relatório da ONU aponta cenário ainda mais dramático na próxima década. Em algumas regiões do Nordeste, o solo degradado já atinge temperaturas de 48°C. Isso quer dizer que não nascerá mais nada ali, mesmo que chova. O solo dessas regiões foi perdendo. a atividade biológica, virou deserto.
Tudo começou há séculos, quando colonizadores passaram a derrubar a vegetação da Caatinga para dar lugar a pastagens. As mudanças do clima tornam o cenário mais dramático agora. O relatório do IPCC diz que o Semiárido deverá enfrentar secas mais intensas e aumento da temperatura. Em Alagoas, quase um terço de todo o território do Estado está em desertificação. Na Paraíba e no Rio Grande do Norte, mais de 1/4.
"O Nordeste brasileiro é a área seca mais densamente povoada do mundo e é recorrentemente afetado por extremos climáticos", diz o relatório. O IPCC afirma que essas condições devem se agravar: se na década de 2030 o mundo deve atingir um aumento de 1,5°C em sua temperatura média, em boa parte do Brasil os dias mais quentes do ano terão um aumento da temperatura até duas vezes maior. Em várias partes do Semiárido, isso significa verões com temperaturas frequentemente ultrapassando os 40°C.
O relatório aponta que se o processo de degradação continuar, tudo poder piorar. E é isso que está acontecendo. A Caatinga é, em 2021, o bioma brasileiro onde os incêndios mais cresceram, por causa da seca e do avanço da agricultura.
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