Assessores foram ignorados ao esclarecer fakenews do Orçamento Secreto, Onyx e Marinho devem processar jornalista

Quando uma matéria denuncia um esquema no ambiente político e tem credibilidade ante os fatos, a torta de climão está servida. Os envolvidos se constrangem e evitam falar no assunto. Já o caso bizarro do tal orçamento secreto inventado pelo jornalista Breno Pires e patrocinado pelo Estadão, virou chacota nos corredores do Congresso Nacional.

Ninguém falava em outra coisa, no lugar do constrangimento, deputados e senadores comentaram abertamente o assunto entre si e trataram como "xaropada" a pauta capenga, fruto de um delírio que escancara a intenção de prejudicar o presidente Bolsonaro. O assunto foi até motivo de risadas no salão verde. Afinal, dos terceirizados até o alto escalão do parlamento é sabido que deputados e senadores, de todas as frentes, dispõem de emendas individuais, de bancada e extraordinárias, amplamente discutidas durante a votação da Lei Orçamentária Anual.

Quem não achou graça nenhuma do assunto foi o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni."Desmontando fakenews dos parasitas saudosos dos governos corruptos e seus papagaios e lacradores mentirosos: desde 1º de janeiro de 2019 o Brasil é comandando por Jair Bolsonaro com zero casos de corrupção, e assim seguiremos, para desespero dessa gente", disse em vídeo publicado nas redes sociais.

"É irresponsabilidade do Estadão e falta de vergonha na cara de quem escreveu a matéria. E vai tomar processo", completou.

O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, quer ir até o fim para evidenciar ainda mais que não há orçamento secreto. Ele enviou ofícios ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e à Controladoria Geral da União (CGU), pedindo investigação sobre o suposto superfaturamento de tratores pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba Codevasf.

Um fonte ligada à Marinho afirmou que ele também pretende processar o Jornalista e o Estadão.

"Uma matéria dessas é um desserviço ao país. Ter que perder tempo respondendo essa baboseira... Se existe crime que os fatos sejam levados à Polícia Federal e ao Ministério Público. Não temos medo", comentou o deputado goiano José Nelto (Podemos-GO).

Entre os assessores de Imprensa da Câmara dos Deputados, perplexidade pelo desprezo do Estadão diante do atendimento prestado ao jornalista com informações que invalidariam a pauta.

"Três meses atrás o Breno entrou em contato para fazer apuração/outro lado com a gente. Eu cuidei da demanda e até apurei junto com o MDR para entender melhor a matéria. Nada saiu na época... hoje li as quatro matérias e todas citam a gente como se não tivéssemos falado nada", comentou uma assessora de Imprensa.

"A história do superfaturamento é mentirosa. O repórter falar de máquina pesada, patrol, uma máquina de asfaltar, falar de trator e dizer que custa R$ 100 mil. A matéria é uma delírio", esboçou outra profissional.