As principais queixas são dor de garganta e redução das típicas perdas de paladar e olfato.
A variante Ômicron da Covid-19, segue contaminando com rapidez mais pessoas devido ao seu alto poder de transmissão. Médicos especialistas que estão na linha de frente do atendimento aos pacientes de Covid-19 avaliam que, além da maior rapidez na transmissão, os sintomas dela são diferentes das variantes anteriores.
O médico Estevam Rivello, que atua no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Palmas (Samu) e também em prontos atendimentos, explica que alguns estudos científicos sobre as variantes do coronavírus (SARS-Cov-2), revelam que ainda não há informações de que surgiram diferenças. Mas com o atendimento diário dos pacientes, as principais queixas da Ômicron são principalmente de dor de garganta e redução das típicas perdas de paladar e olfato.
O médico observa que as variantes geralmente não alteram a forma como a doença se manifesta, isso na apresentação clínica do paciente. "O que tem chamado atenção são os sintomas mais brandos e leves da doença. O que faz a pessoa achar que não é Covid-19. Mas é fundamental entender que se sentir algum sinal ou sintoma respiratório (tosse, coriza, espirros etc.), por mais leve que seja, tem de suspeitar que pode ser Covid", orienta.
Internações reduzidas
Mesmo com alta capacidade de transmissão, o médico destaca a redução do número de internações em enfermarias e em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) pela nova variante. "Os números mostram que houve uma diminuição da mortalidade. Então, significa que a tática de vacinar, de se proteger com máscara, evitar aglomeração, fazer uso do álcool em gel, são condutas que as pessoas devem continuar tendo, para assim minimizar o contágio com a doença e evitar complicações que podem surgir com a Covid", recomenda.
O médico reforça ainda que com o número maior de pessoas vacinadas, os sintomas da Ômicron parecem se concentrar no sistema respiratório superior (nariz, garganta etc.). "Os sintomas podem aparecer de dois a 12 dias após a exposição ao vírus, tempo que pode variar na variante, já que a sua incubação parece ser de três a quatro dias. Neste período, a pessoa pode sentir febre, calafrios, tosse, dificuldade para respirar, cansaço, dor muscular ou no corpo, dor de cabeça, perda de olfato e paladar, dor de garganta, congestão nasal ou coriza, náusea ou vômito e diarreia", citou o profissional.
Para Estevam, a Ômicron e as cepas anteriores são parecidas, mas a nova variante tem particularidades que já foram observadas pelos cientistas. "A duração dos sintomas é mais curta, pois antes, a síndrome gripal durava de uma a duas semanas. Na Ômicron, esse tempo é de três a quatro dias na maior parte das pessoas vacinadas", informa.
Conforme o médico, nas crianças, esse período é ainda menor, de um a dois dias. "Temos também um maior risco de transmissão doméstica. Agora com a variante, o risco de passar a doença para familiares que moram na mesma casa é maior", alerta.