Internacional

Arábia Saudita anuncia corte na produção de petróleo em busca da estabilidade dos preços

Medida tem o objetivo de impulsionar os preços em meio à incerteza econômica global

Por Redação

05/06/2023 às 12:42:06 - Atualizado há
Reuters

A Arábia Saudita tomou a liderança no encontro da OPEP+ em Viena neste domingo, ao anunciar novos cortes na produção de petróleo, numa tentativa de impulsionar os preços que foram afetados pela incerteza em relação à economia global. Os países membros da OPEP, liderados pela Arábia Saudita, e seus dez parceiros, liderados pela Rússia, reuniram-se para estabelecer uma estratégia conjunta.

O ministro de Energia da Arábia Saudita, Abdel Aziz bin Salman, destacou que o país comprometeu-se a realizar um corte adicional de um milhão de barris por dia (mbd) em sua produção a partir de julho, com possibilidade de estender essa redução. Além disso, foi anunciado que os cortes voluntários na produção adotados por nove países do acordo, totalizando 1,6 mbd e que entraram em vigor em maio, serão mantidos até o final de 2024.

As negociações foram desafiadoras entre os 23 países participantes, responsáveis por 60% da produção mundial de petróleo. Um ponto-chave de discussão foi a base de produção utilizada para calcular as cotas de cada país, determinando assim os cortes conjuntos. Os Emirados Árabes Unidos conseguiram um aumento na base de produção para o cálculo de sua cota de bombeamento em 2024, o que gerou resistência de países africanos como Angola, Congo e Nigéria, cujas cotas foram reduzidas para o próximo ano. Esses países já enfrentam dificuldades em cumprir suas metas de produção e agora estão sob pressão adicional.

Após intensas negociações, foi possível chegar a um acordo entre as nações participantes. O ministro congolês de Hidrocarbonetos, Jean-Richard Itoua, expressou satisfação com o resultado alcançado. Essa reunião ocorre dois meses após diversos países da OPEP terem anunciado cortes voluntários em suas cotas de produção para estabilizar os preços, medida que entrou em vigor em maio, porém, teve um impacto temporário e não conseguiu evitar a queda nos preços.

Embora os preços do petróleo tenham se recuperado nos últimos dias, as cotações ainda estão 10% abaixo dos níveis alcançados em abril. O barril de petróleo Brent, referência na Europa, está cotado a US$ 76, enquanto o WTI americano é negociado a US$ 71, muito abaixo dos quase US$ 140 alcançados em março de 2022, no início da guerra na Ucrânia.

Os produtores de petróleo se reuniram em um momento em que o mercado enfrenta os impactos da inflação, as políticas monetárias restritivas dos principais bancos, uma recuperação da demanda chinesa menos fluída do que o esperado e diversas turbulências que afetaram o sistema financeiro. Jorge Leon, vice-presidente da Rystad Energy, ressaltou que essa medida terá um efeito limitado nos preços nas próximas semanas, de acordo com projeções da empresa.

Com esse novo corte na produção de petróleo, a Arábia Saudita busca estabilizar o mercado e assegurar preços mais favoráveis. Resta aguardar os desdobramentos dessa estratégia e acompanhar de perto as consequências para a economia global.

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