Artigo destaca a postura do presidente brasileiro em relação à guerra na Ucrânia e Venezuela
Uma análise publicada pela renomada revista francesa L"Express, na quarta-feira (7 de junho de 2023), lança dúvidas sobre a eficácia da "mágica" diplomática do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmando que "Lula não é mais Lula".
O artigo, escrito pelo renomado escritor e jornalista Axel Gylden, destaca duas razões que colocam em xeque a figura do presidente brasileiro: a guerra na Ucrânia e a situação da Venezuela.
Gylden cita o comportamento de Lula em relação a Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, durante a cúpula do G7 realizada em Hiroshima, no Japão, entre os dias 20 e 21 de maio. O Brasil foi um dos convidados para o encontro, e Zelensky surpreendeu ao marcar presença.
No entanto, durante o evento, Lula se destacou negativamente ao ser o único chefe de Estado que não se levantou para cumprimentar seu homólogo. O artigo ressalta que, em abril, Lula havia declarado na China que os Estados Unidos deveriam parar de incentivar a guerra ao fornecer armas a Kiev.
O artigo também relembra a visita do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, ao Brasil em 17 de abril, e afirma que Lula recebeu o chanceler russo "com honras". No entanto, o contexto da guerra na Ucrânia e a situação política na Venezuela levantam questionamentos sobre a postura pragmática de Lula.
A análise ressalta que a guerra na Ucrânia, o fim do acesso ao petróleo russo e a situação do petróleo venezuelano demandam certo pragmatismo. Porém, é preciso distinguir a arte da realpolitik, que envolve tomar decisões políticas realistas, de se tornar assessor de um chefe de Estado que reprimiu violentamente estudantes, causou mortes e aprisionou opositores.
Os encontros internacionais de Lula têm gerado controvérsias e críticas, conforme já noticiado anteriormente. Esperava-se um governo mais maduro e prudente, mas declarações envolvendo o ditador Nicolás Maduro e a Venezuela têm recebido reprovação não apenas dos Estados Unidos, mas também de países como Uruguai e Chile.
Essa análise da revista L"Express questiona a "mágica" diplomática que antes cercava a figura de Lula e levanta dúvidas sobre sua efetividade nos cenários internacionais atuais.
O presidente brasileiro, que outrora despertava admiração e expectativas, agora enfrenta críticas e desafios em sua trajetória diplomática.
A repercussão de suas posturas perante a guerra na Ucrânia e a situação na Venezuela levanta questões sobre o pragmatismo e os limites éticos que envolvem sua política externa próxima dos regimes autoritários.