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Crise econômica leva argentinos a emigrarem em número recorde para o Brasil

Inflação e desvalorização do peso impulsionam aumento na emigração de argentinos em busca de melhores oportunidades no país vizinho

Por Redação

13/06/2023 às 15:00:00 - Atualizado há
Ricardo Stuckert

A crise econômica que assola a Argentina tem levado um número crescente de argentinos a buscar refúgio no Brasil. Segundo dados obtidos pelo jornal Folha de S.Paulo junto ao Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), quase 7 mil "hermanos" emigraram para o Brasil no ano passado. Esse número representa um aumento de mais de 20% em relação a 2019, último ano antes da pandemia, e um impressionante crescimento de 82% em relação a 2021. Mas por que tantos argentinos estão cruzando a fronteira em busca de novas oportunidades?

A resposta está na situação econômica da Argentina. Com uma inflação que ultrapassa os 100% ao ano, o país viu-se obrigado a colocar em circulação uma nova cédula de 2 mil pesos. A razão por trás dessa medida é a constante deterioração do poder de compra dos argentinos, que têm enfrentado sérios problemas em meio à crise financeira.

Considerando as taxas de câmbio paralelas comumente usadas na Argentina, essa nova cédula vale cerca de US$ 4 (R$ 20). No entanto, pela taxa oficial, que é supervalorizada devido às restrições governamentais e aos controles cambiais, ela vale aproximadamente US$ 8,50.

A rápida desvalorização do peso tem gerado transtornos logísticos para os clientes, empresas e bancos argentinos, que têm se deparado com a necessidade de acomodar cada vez mais notas nos caixas eletrônicos. Além disso, os preços ao consumidor tiveram um aumento de 109% em abril, a taxa mais alta desde 1991. Esse cenário de escalada de preços deve levar a economia argentina a uma recessão antes das eleições presidenciais deste ano.

Diante dessa situação preocupante, o presidente Alberto Fernández busca socorro e encontrará o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, em um encontro marcado para o dia 26 de junho. O pedido de ajuda ainda precisa da aprovação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD). Em abril, a ex-presidente Dilma Rousseff, que preside a instituição financeira, fez um apelo para que os países emergentes ajudem os hermanos.

Entretanto, essa operação enfrenta resistência dentro do banco, já que exigiria uma modificação nos estatutos do NBD. Atualmente, a finalidade da instituição é financiar projetos de infraestrutura para os países associados, e não conceder empréstimos de liquidez a terceiros.

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