Internacional Mercosul

Presidente do Uruguai demonstra postura firme ao não assinar documento final do encontro do Mercosul

Luis Lacalle Pou critica regime venezuelano e defende negociações comerciais individuais para o Uruguai

Por Redação

05/07/2023 às 07:30:00 - Atualizado há
Foto: Isac Nóbrega

Na mais recente reunião de líderes do Mercosul, que ocorreu em Puerto Iguazu, na Argentina, o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, tomou uma posição corajosa ao decidir não assinar o documento final do encontro. Essa atitude marcante chamou a atenção de todos os presentes e gerou discussões acaloradas sobre os rumos do bloco sul-americano.

Durante o evento, que marcou a transição da presidência temporária do Mercosul para o Brasil, Lacalle Pou aproveitou a oportunidade para criticar abertamente o regime da Venezuela. Recentemente, uma líder de oposição, Maria Corina Machado, foi impedida de participar das eleições que ocorrerão no país em 2024. O presidente uruguaio enfatizou a importância de os países do Mercosul enviarem um sinal claro de repúdio às manobras do regime venezuelano, que tem mostrado sérias deficiências em termos de democracia.

"Penso que o Mercosul precisa deixar claro que o povo venezuelano merece trilhar o caminho em direção a uma democracia plena, algo que claramente está ausente hoje", declarou Lacalle Pou, demonstrando sua firmeza diante da situação preocupante na Venezuela.

Foto: Ricardo Stuckert

No documento final do encontro, que não recebeu a assinatura do presidente uruguaio, há uma menção à preocupação em relação ao acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Especificamente, destaca-se a inquietação em relação às iniciativas legislativas que poderiam resultar em medidas restritivas ao comércio, prejudicando as exportações agrícolas do Mercosul e desequilibrando unilateralmente as condições previamente estabelecidas para um possível acordo em 2019.

Lacalle Pou, ao abordar o tema, manifestou seu desejo de boa sorte ao presidente brasileiro, Lula, nas negociações com a União Europeia. No entanto, o líder uruguaio ressaltou que já se passaram 25 anos de negociações, o que não é razoável no mundo moderno. Ele defendeu a ideia de que cada país tenha a liberdade de negociar acordos comerciais individuais, sem depender do consenso do bloco como um todo.

"Conhecemos as vantagens e desvantagens que enfrentamos. Vamos superar os obstáculos para poder chegar a uma conclusão", afirmou Lacalle Pou, enfatizando a necessidade de avançar nas negociações comerciais.

Essa postura firme e pragmática do presidente uruguaio desperta debates relevantes sobre o futuro do Mercosul e a flexibilidade necessária para que os países membros possam atuar de forma independente e estratégica em suas negociações comerciais. A atitude de Lacalle Pou, ao não assinar o documento final, reflete sua busca por uma abordagem mais ágil e eficiente na busca por acordos benéficos para o Uruguai e seus parceiros comerciais.

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