ITA Transportes Aéreos tem falência decretada pela Justiça SP, marcando o fim de uma jornada conturbada
Companhia aérea encerra operações após menos de seis meses e enfrenta acusações de irregularidades financeiras
A Itapemirim Transportes Aéreos (ITA) teve sua falência decretada pela Justiça de São Paulo, encerrando uma curta e tumultuada trajetória no setor da aviação. A companhia aérea, que fazia parte do Grupo Itapemirim, parou de voar em dezembro de 2021, deixando diversos passageiros sem assistência às vésperas das festas de fim de ano. O juiz responsável pelo caso acatou o pedido de falência feito pela Travel Technology Interactive, uma das empresas credoras da ITA.
A decisão do juiz destacou que a empresa não possui mais operações em funcionamento, além de ter enfrentado uma série de processos judiciais trabalhistas e de consumidores insatisfeitos com a não honra de passagens aéreas. Diretores e advogados da ITA deixaram de comparecer às audiências e de apresentar defesa nos diversos processos, levando o magistrado a concluir que a empresa não existe mais de fato.
A ITA foi criada em 2021 pelo Grupo Itapemirim, que já enfrentava dificuldades financeiras em seu negócio de transporte rodoviário de passageiros. O objetivo era revitalizar o grupo por meio da operação aérea, buscando ganhar mercado com passagens de baixo custo. No entanto, menos de seis meses após seu lançamento, a companhia cancelou todos os voos sem aviso prévio, deixando passageiros e tripulantes em situação delicada.
Desde então, a ITA acumulou uma série de processos, incluindo pedidos de indenização de clientes, protestos de credores e multas de órgãos reguladores e de defesa do consumidor. O Ministério Público de São Paulo chegou a pedir a falência de todas as empresas do grupo, apontando indícios de irregularidades financeiras e descapitalização da Itapemirim para subsidiar a criação da ITA. O controlador do grupo, Sidnei Piva de Jesus, foi denunciado por fraude, estelionato e outros crimes relacionados ao projeto da companhia aérea.
Com a falência decretada, a ITA encerra definitivamente sua história, que começou com grandes ambições e promessas de se tornar o maior grupo de transporte do país. No entanto, a crise provocada pela pandemia e as dificuldades financeiras do Grupo Itapemirim levaram ao colapso da companhia aérea, frustrando as expectativas e deixando um rastro de problemas para passageiros e credores.
Agora, o escritório de assessoria comercial EXM Partners foi nomeado como administrador judicial responsável pela avaliação dos bens remanescentes da massa falida e pela venda de todos os itens em um prazo de 180 dias. Esse é o capítulo final de uma história conturbada que serve como alerta para os desafios enfrentados pelas empresas do setor aéreo e a importância de uma gestão financeira sólida e transparente.