Brasil

Alexandre de Moraes ministrou palestra na Itália em evento promovido por empresas condenadas por fake news

Ministro do STF participou de fórum acadêmico patrocinado por instituições ligadas ao Grupo José Alves, condenado por divulgação de informações falsas sobre o kit Covid

Por Redação

21/07/2023 às 14:30:00 - Atualizado há
Foto: Daniel Ferreira

Uma palestra ministrada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na Itália, no âmbito do Fórum Internacional de Direito, foi promovida e patrocinada por um grupo condenado por disseminação de fake news relacionadas ao kit Covid. O evento acadêmico realizado na Universidade de Siena, na região italiana da Toscana, teve a participação das instituições de ensino Alfa Escola de Direito e Unialfa, ambas pertencentes ao Grupo José Alves, que também é proprietário da empresa farmacêutica Vitamedic, conhecida por produzir a ivermectina no Brasil.

O Grupo José Alves e a Unialfa foram condenados pela Justiça Federal do Rio Grande do Sul, em maio deste ano, por danos morais coletivos à saúde. A condenação se deu devido à veiculação de um informe publicitário intitulado "Manifesto Pela Vida", que defendia o chamado "tratamento precoce" contra a Covid-19 com medicamentos sem eficácia comprovada, como cloroquina e ivermectina.

Segundo o processo, a empresa Vitamedic registrou um aumento significativo em seu lucro anual, passando de R$ 15 milhões para R$ 500 milhões durante a pandemia, devido à comercialização da ivermectina. Em razão do alto faturamento e da defesa do "tratamento precoce", Jailton Batista, diretor-executivo da Vitamedic, foi convocado a depor na CPI da Covid em agosto de 2021.

O evento realizado na Itália contou com a participação de 31 palestrantes, sendo 20 brasileiros, incluindo o ministro Alexandre de Moraes, e 11 da própria Unialfa. A presença de Moraes na palestra promovida por um grupo condenado por fake news sobre a Covid-19 pode trazer questionamentos sobre a relação do ministro com instituições envolvidas em controvérsias relacionadas à saúde pública.

Até o momento, o ministro Alexandre de Moraes não se manifestou sobre o caso. A participação de figuras públicas em eventos promovidos por empresas ou instituições condenadas por disseminação de fake news pode suscitar debates sobre a responsabilidade e o compromisso ético de representantes do poder público em relação às informações divulgadas em eventos acadêmicos. O Ministério Público destacou que o evento acadêmico promovido na Itália pela Unialfa foi um dos episódios relacionados à disseminação de fake news que levaram à condenação do grupo.

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