Brasil

Desafios e Controvérsias: Bancas de Heteroidentificação em Universidades Brasileiras Sob Escrutínio

Investigação aprofundada revela divergências e debates sobre o papel das bancas na garantia de equidade nas cotas raciais.

Por Redação

18/03/2024 às 12:47:44 - Atualizado há
Foto: Reprodução

Nos corredores das universidades brasileiras, um debate fervilhante ecoa: as bancas de heteroidentificação, designadas para discernir a elegibilidade de candidatos às cotas raciais, estão no centro das atenções. O propósito dessas bancas é claro: combater fraudes e assegurar que as políticas de cotas alcancem aqueles verdadeiramente necessitados. Contudo, a forma como esse sistema deve operar permanece envolta em controvérsia.

As universidades de renome adotam métodos distintos para essa avaliação, desde entrevistas presenciais até análises fotográficas e de vídeo. Porém, os critérios utilizados e o papel exato dessas bancas continuam a ser pontos de divergência, mesmo entre aqueles que apoiam sua existência.

Recentemente, a Universidade de São Paulo (USP) se viu no epicentro de uma polêmica quando dois estudantes tiveram suas matrículas canceladas devido à avaliação das bancas, que os consideraram não pardos após a análise de imagens. Esse episódio inflamou um debate que se estende por todo o país, levando a USP a prometer uma mudança para bancas de heteroidentificação presenciais.

Maria Valéria Barbosa, presidente da Comissão Central de Averiguação das Autodeclarações de Pretos e Pardos da Universidade Estadual Paulista (Unesp), defendeu uma visão de inclusão, destacando que os alunos em questão seriam aprovados na Unesp.

A criação dessas bancas foi uma resposta a denúncias de fraudes nas autodeclarações para cotas raciais. A verificação é baseada no fenótipo dos candidatos, uma tarefa desafiadora, especialmente para aqueles autodeclarados pardos, que formam a maioria da população brasileira.

Rodrigo Ednilson de Jesus, presidente da Comissão Permanente de Ações Afirmativas e Inclusão Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), defendeu a realização de verificações presenciais, argumentando que isso proporciona maior segurança tanto para os candidatos quanto para as bancas.

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