Uma pesquisa recente realizada pelo Datafolha revelou um aumento significativo no número de brasileiros contrários à descriminalização da maconha. Em setembro de 2023, 31% se posicionavam contra a medida; agora, esse índice subiu para expressivos 67%.
O levantamento, que ouviu 2.002 pessoas maiores de 16 anos em 147 municípios brasileiros, indicou que a oposição à descriminalização cresceu em todas as faixas etárias. Entre os jovens de 16 a 24 anos, o grupo contrário à medida passou de 46% para 55%. Na faixa etária de 25 a 34 anos, o índice subiu de 56% para 65%.
Os resultados também apontaram uma forte resistência entre os mais conservadores, especialmente entre os brasileiros com 60 anos ou mais, onde 72% se opõem à descriminalização.
A pesquisa também destacou diferenças nas opiniões com base em questões sociais e políticas. Por exemplo, embora as pessoas que se definem como pardas sejam consideradas mais liberais, 64% delas se mostraram contrárias à descriminalização. Entre os pretos, a oposição atinge 72%.
Outro aspecto interessante é a relação entre a escolaridade e a renda familiar com as opiniões sobre o assunto. A parcela mais escolarizada e aquela com renda familiar entre 2 e 5 salários mínimos apresentaram aumento na oposição à medida, registrando 68% e 71% respectivamente.
Quanto à orientação política, 76% dos entrevistados que se identificaram como bolsonaristas são contra a descriminalização, enquanto entre os petistas, 59% refutaram a medida. Dos que se consideram neutros em relação aos dois grupos políticos, 69% são contra e 29% a favor.
O julgamento sobre a descriminalização da maconha no STF iniciou-se em 2015 e atualmente está com placar de 5 votos a favor e 3 contrários à medida. O processo foi suspenso no início de março, com um pedido de vista do ministro Dias Toffoli, aguardando ainda os votos de Luiz Fux e Cármen Lúcia.